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Alta dos preços é destaque nacional
  2010-11-23 14:49:28  cri

Recentemente, a maçã, fruta predileta dos chineses, perdeu a preferência do público. No varejo, o quilo da maçã chegou a 10 yuans (US$ 1,54), recorde histórico, com um aumento de 100% em relação ao mesmo período no ano passado. Muitas famílias chinesas deixaram de consumir maçãs e passaram a optar por frutas mais baratas. Desde o segundo semestre deste ano, a população chinesa vem sentindo um aumento acelerado nas suas despesas cotidianas.

Cao Jianlan, moradora do condomínio Lótus, no distrito de Haidian, em Beijing, disse que não entende por quê os preços subiram de forma tão acelerada.

"Os preços sobem de cinco em cinco dias e não entendo o motivo. Somente neste mês, os preços de melão, batata-doce e salmoura subiram um yuan por quilo", contou Cao.

Segundo Cao, o proprietário do apartamento que ela aluga avisou também que elevaria o aluguel.

Para Cao Jianlan, o aumento contínuo nos preços dos artigos de consumo doméstico e do aluguel está complicando a sua vida. Muitos chineses têm de enfrentar o fato de que, talvez, o período de inflação tenha chegado.

Segundo dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas, o aumento no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da China superou, por vários meses consecutivos, os 3%. Como os preços dos imóveis não foram incluídos no cálculo, muitos economistas chineses acreditam que o aumento real no IPC foi muito maior do que o publicado pelas autoridades. Para o mundo acadêmico chinês, o incremento anual superior a 3% no IPC será um fato definitivo até o final deste ano. Conforme a norma internacional, um incremento acima de 3% já indica a chegada da era da inflação.

Em outubro passado, os preços dos alimentos apresentaram aumento de mais de 10%, constituindo na principal força motriz que puxou o IPC. Os preços de outros produtos, por outro lado, também registraram uma alta de 1,6%. Aos olhos do porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas, Sheng Laiyun, o fenômeno merece atenção especial.

"Devemos dar atenção à elevação nos preços dos produtos não-alimentares, pois isso indica novos fatores que puxam o IPC. A adotação de uma nova rodada da política monetária relaxada anunciada por alguns países provocou o aumento nos preços de matérias-primas e produtos agrícolas, o que deve afetar o mercado chinês", afirmou Sheng Laiyun.

O Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, anunciou recentemente a compra de U$ 600 bilhões em títulos públicos até junho do próximo ano. A decisão causou grandes preocupações em relação às consequências que poderá trazer, como o aumento acelerado nos preços em outros países. Para o economista-sênior da CITIC Securities, Zhu Jianfang, a chamada política de flexibilização quantitativa, promovida pelos Estados Unidos nos últimos dois anos, já causou bastante pressão sobre a China.

"Devido à política monetária relaxada dos EUA, os preços das principais commodities no mercado internacional dispararam, o que exerceu muita pressão às importações chinesas de petróleo e minérios. Por outro lado, a entrada de capitais estrangeiros apresenta uma tendência de aceleração", opinou Zhu Jianfang.

Ainda segundo Zhu Jianfang, os preços de petróleo, matérias-primas e algodão subiram bastante no terceiro trimestre deste ano, sob o contexto da desvalorização do dólar, do excesso da liquidez e da perspectiva de inflação. Como o custo de produção foi elevado, as empresas chinesas foram obrigadas a transferir o aumento aos produtos finais.

Além dos fatores externos, as calamidades naturais que atingiram o país causaram a redução da produção de certos itens agrícolas, como do algodão. Zhu Yanan é o responsável de uma empresa têxtil. Ele contou que o ritmo do aumento nos preços do algodão superou suas expectativas.

"Devido à baixa temperatura, a entrada do algodão no mercado foi adiada. As calamidades naturais provocaram a redução da produção e agora, o preço do fio de algodão já dobrou em comparação a maio. Como consequência, o preço do tecido também teve alta", contou Zhu Yanan.

Para o economista Zhu Jianfang, a política monetária chinesa também foi motivada pela inflação no mercado nacional.

"Para enfrentar a crise financeira, o nosso governo tem acelerado a oferta de moeda desde outubro de 2008. Porém, seu impacto na elevação dos preços veio com três trimestres de atraso", comentou Zhu Jianfang.

A emissão excessiva de moeda provoca o excesso da liquidez, constituindo no manancial das atividades especulativas. Yuan Gangming, pesquisador da Academia de Ciências Sociais, indicou que o "hot money" vindo do exterior e a especulação dos investidores chineses são os principais manipuladores da atual situação no país.

"A especulação tendo como alvo os produtos agrícolas foi um fator muito importante. No começo, eram gengibre, alho e feijão. Com o passar do tempo, maçãs e ovos também foram colocados na lista. Outros itens vêm seguindo o exemplo", disse Yuan.

Os diferentes níveis de governo também tiveram um desempenho significativo no impulso dos preços. Na China, são os governos que definem os preços dos produtos e recursos como água, energia elétrica, gás natural e petróleo. Sob o âmbito da promoção nacional da reforma nos preços desses produtos, as autoridades chinesas anunciaram a elevação das tarifas. Para o economista Zhu Jianfang, no entanto, o reajuste nos preços dos produtos públicos não deve exercer um forte impacto no mercado.

"O reajuste estrutural nos preços pode causar a inflação, mas eu acredito que o governo fará adaptações em conformidade com a evolução da situação", afirmou Zhu Jianfang.

Logo, tanto para o governo quanto para a população chinesa, é necessária muita sabedoria e paciência para se manter o IPC a um nível aceitável.

(Zhu Wenjun)

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