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Alta nos preços dos cereais chama atenção nacional
  2010-11-02 19:28:49  cri
Os preços dos principais cereais consumidos na China, especialmente o arroz e a farinha, têm se mantido altos desde o começo de outubro. Enquanto os consumidores manifestam preocupações, os camponeses estão animados. Chang Zhan é um agricultor do distrito de Wuchang, na província de Heilongjiang, principal produtora de arroz no nordeste da China. Ele toma conta de um hectare de plantação de arroz.

"A safra do outono deste ano vai ser boa. Serão produzidos mais ou menos 11 toneladas de arroz ", contou Chang.

Chang disse que é importantíssimo agarrar o momento certo para vender o produto e que ele está muito contente pelo fato de os preços do trigo, milho e arroz terem batido recordes históricos este ano. De acordo com dados publicados pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do país aumentou 3,6% em setembro, o mais alto dos últimos 23 meses, sendo 70% do salto puxado pelos alimentos.

O incremento traz tensão aos consumidores, mas estimulou os camponeses chineses. O mundo acadêmico chinês, entretanto, sustenta a elevação. Para Zheng Fengtian, vice-diretor do Instituto de Desenvolvimento Agrícola e Rural da Universidade Renmin, isso eleva diretamente a renda dos agricultores.

"Os agricultores não vão querer trabalhar nos campos caso os preços de cereais sejam muito baixos. Na realidade, os preços dos cereais na China são bastante baixos. A renda líquida de um camponês no cultivo de um mu (equivalente a 0,067 hectare) de trigo ou milho é de somente 750 dólares. Normalmente, cada família possui apenas alguns mus de terra. Por isso, muitos deles preferem trabalhar nas cidades. O país terá segurança alimentar desde que os camponeses mantenham a vontade de permanecer nos campos", frisou Zheng.

A urbanização acelerada leva um grande número de camponeses a migrar para as cidades em busca de oportunidades. No entanto, a alimentação de 1,3 bilhão de pessoas precisa ser garantida, fato que levou as autoridades chinesas a ampliarem os investimentos na infraestrutura rural e aumentar os subsídios aos agricultores para incentivar atividades produtivas. Por outro lado, o país precisa proteger a população menos favorecida nas cidades, o contingente mais afetado pelo aumento nos preços de cereais. Procurar um ponto de equilíbrio entre trabalhadores de campos e cidades é, sem dúvida, uma tarefa importante dos tomadores de decisões deste país.

Para os principais veículos de imprensa chineses, a baixa temperatura no norte, a estiagem que atingiu o sudoeste e as inundações que ocorreram em quase todo o país afetaram bastante a safra de verão do país. De fato, a safra deste verão caiu frente à do ano passado e é a primeira redução que o país sofre nos últimos sete anos. A safra de verão ocupa normalmente um terço da produção anual. Então, o resultado do outono será decisivo. A previsão é de que os preços das aquisições no outono também subam. Ouça o que disse Gao Shiquan, da Administração de Cereais de Heilongjiang, a maior base cereal do país.

"O arroz e o milho são os cereais mais procurados. Seus preços devem subir. Neste momento, os preços de compra se mantém a um nível bastante alto", contou Gao.

Um outro fator importante que causou a alta nos preços de cereais foi a suspensão da compra feita pela China Grain Reserves, empresa estatal que costumava efetuar aquisições a preços relativamente baixos na época em que a oferta era maior do que a demanda. Para o professor Zheng Fengtian, da Universidade Renmin, o fato permitiu a entrada de outras empresas, inclusive de capital estrangeiro, e a diversificação no perfis dos compradores.

"No passado, o país efetuava a compra a preços baixos para garantir que todos os produtos dos camponeses fossem vendidos. Agora o contingente de compradores foi ampliado. Até as empresas de processamento têm obtido capitais para comprar cereais", analisou Zheng.

A redução na produção dos principais exportadores de cereais como Rússia e Canadá puxou os preços no mercado mundial, o que acabou afetando o mercado interno chinês. A expectativa de um aumento contínuo nos preços está pressionando bastante as fábricas chinesas de processamento. Hao Youli, vice-gerente da empresa de arroz Beidahuang, de Heilongjiang, manifestou suas preocupações.

"O aumento nos preços de cereais vai ser uma tendência mundial, sobretudo depois da Rússia e da Ucrânia terem anunciado a restrição nas suas exportações. Os camponeses também estão poupando muito", explicou Hao.

Apesar disso, analistas apontam que a turbulência no mercado internacional não terá impacto significante à China, pois a importação corresponde a apenas 5% do consumo interno de cereais. Ouça o que disse Jiang Guozhong, diretor do Centro de Pesquisas de Estratégias do Desenvolvimento Social de Heilongjiang.

"Para mim, o aumento nos preços dos cereais não deve puxar muito a inflação na China, pois o país produz 95% dos cereais que consume", disse Jiang.

(Zhu Wenjun)

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