A Academia de Ciências Sociais da China divulgou na semana passada o relatório Competitividade das Cidades do Mundo (2009-2010). O documento indica que Nova Iorque, Londres e Tóquio são as cidades mais competitivas do planeta. Seis cidades chinesas, que são Hong Kong, Shanghai, Taipei, Beijing, Shenzhen e Macau, também figuram na lista das cem mais competitivas. Segundo especialistas, o reajuste racional da planificação urbana e da funcionalidade dos centros urbanos, e o impulso à formação da uma região metropolitana forte, vão ajudar a elevar a competitividade das cidades chinesas. Ouça a reportagem sobre o tema.
O relatório elaborado pela Academia de Ciências Sociais da China e por especialistas de vários países analisa 500 cidades do mundo com base no número de patentes, distribuição de empresas multinacionais, capacidade inovadora, investimentos e produção, entre outros índices. Das dez cidades mais competitivas, nove pertencem a países desenvolvidos.
O documento mostra também que a competitividade das cidades de países emergentes como China cresce de forma vertiginosa. Na lista das cem primeiras cidades, Hong Kong está em 10º lugar, Shanghai, em 37º, seguida por Taipei, e Beijing, na 59ª colocação. Segundo Ni Pengfei, diretor do Centro de Pesquisa sobre a Competitividade das Cidades da Academia de Ciências Sociais, a estrutura mundial de competitividade das cidades está mudando visivelmente. O poder competitivo das cidades chinesas está bem próximo do nível médio mundial.
"Metrópoles de países europeus e norte-americanos ainda lideram o ranking mundial da competitividade. Apesar disso, cidades de países e regiões emergentes estão acelerando seu desenvolvimento. Várias cidades chinesas hoje já são muito mais competitivas do que diversas cidades de outros países. De forma geral, as cidades chinesas estão avançando rapidamente, seja no crescimento econômico, seja no poder competitivo", comentou Ni.
Comparadas a metrópoles europeias e norte-americanas, as cidades chinesas têm vantagem no custo da mão-de-obra, cuja qualidade vem sendo elevada visivelmente. O problema das cidades chinesas reside no desequilíbrio do desenvolvimento e no atraso da capacidade inovadora e do setor de serviços de alta qualidade. A funcionalidade destas cidades também não é tão racional, conforme o relatório. Segundo o chefe do Instituto de Desenvolvimento Urbano de Beijing, Lian Yuming, as principais cidades chinesas, como Beijing, Tianjin e Chongqing, vêm otimizando nos últimos anos a planificação e a funcionalidade urbana, o que deve favorecer a elevação da competitividade delas no longo prazo.
"O reajuste adequado da divisão administrativa e da função urbana vai racionalizar o uso da terra e elevar a qualidade do serviço público, diminuindo o custo governamental e aumentando sua eficiência", disse Lian.
Para especialistas chineses, o processo de urbanização do país desempenhou um importante papel no enfrentamento da crise financeira mundial. Mas a concorrência entre as cidades pela obtenção de recursos naturais foi maior do que a colaboração. Para Lian, é importante criar um sistema de desenvolvimento urbano coordenado entre cidades chinesas, além de formar regiões metropolitanas.
"A tendência mais importante da urbanização chinesa é a capacidade de competitividade das regiões que cercam certas metrópoles. No futuro, a competitividade de uma cidade não vai se limitar a um núcleo particularmente. Vai depender de um conjunto de cidades que cercam uma determinada metrópole. Por isso, a prosperidade e a ascensão das regiões metropolitanas vão passar a pesar muito", opinou Lian.
(Por Zhu Wenjun)