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Restrições seguem pesadas para conter especulação no mercado imobiliário
  2010-05-18 10:12:55  cri

O governo chinês começou a aplicar, desde o final do ano passado, medidas restritivas para conter a especulação no mercado imobiliário. As coisas, no entanto, se tornaram mais sérias no mês passado, quando o Conselho de Estado chinês, anunciou a elevação de 40% para 50% no valor total do imóvel como a entrada mínima para a compra do segundo imóvel, com a taxa de juro de empréstimos 1,1 vez superior a taxa básica. Três dias depois, o mesmo órgão emitiu outra nota, permitindo aos bancos comerciais de regiões onde os preços de imóveis dispararam, a deixar de liberar temporariamente empréstimos para a compra do terceiro imóvel. Os bancos também estão permitidos a recusar a concessão de empréstimos àqueles que não tenham certificado do pagamento de contribuições ou de seguridade social. Para analistas do segmento, essas restrições são as mais sérias dos últimos anos, e devem conter o mercado imobiliário nacional.

Afetado pela crise financeira, o setor imobiliário chinês viveu uma curta recessão em 2008, e voltou a se recuperar vertiginosamente a partir do segundo semestre de 2009. Segundo dados divulgados pelas autoridades de estatísticas, em março deste ano, os preços de imóveis nas 70 cidades chinesas subiram 11,7% em comparação ao mesmo mês do ano passado, um aumento recorde. O vice-presidente da Academia Chinesa do Setor Imobiliário, Gu Yunchang, atribui ao fenômeno as atividades especulativas.

"Desde a última dezena de março, a especulação voltou a ser dinâmica nos negócios de bens imóbiliários. Isso levou os preços a subirem rapidamente. Em algumas cidades, as compras de imóveis para fins especulativos ocupam 30% até 40% dos negócios", afirmou Gu.

Para Gu Yunchang, os preços de imóveis já não são uma simples questão econômica, mas um assunto de interesse público, pois as bolhas no setor imobiliário arriscam toda a economia nacional.

A opinião de Gu obteve grande apoio de Li Jinguo, diretor do Departamento de Pesquisa sobre Terras e Setor Imobiliário, da Academia de Ciências Sociais da China. Para ele, o superaquecimento do segmento será perigoso para o futuro da economia chinesa.

"Os preços de imóveis em algumas cidades chinesas cresceram de forma excessivamente rápida no segundo semestre de 2009. O ritmo de crescimento foi muito maior que o da renda média da população. No ano passado, os preços de imóveis aumentaram 23,6%, contra os 9,8% registrados no incremento da renda média dos chineses. Se a situação continuar assim, poderá desequilibrar o mercado e provocar problemas à economia nacional", afirmou Li.

As medidas de controle anunciadas em abril têm como alvo investidores que efetuam atividades especulativas. Segundo as autoridades de estatísticas chinesas, os preços de habitações novas em Beijing, Shanghai, Guangzhou e Shenzhen, cidades economicamente mais desenvolvidas, cresceram em março 19%, 11,2%, 20,3% e 15,7%, respetivamente. Na ilha de Hainan, no Sul do país, os preços dispararam e tiveram um incremento de 60% após informações de que o país queria transformar a região em uma ilha turística internacional. Para o vice-presidente da corretora 5i5j, Hu Jinhui, as cidades economicamente mais desenvolvidas motivam o crescimento de investimentos imobiliários.

"Os investimentos e as compras para fins especulativos contribuíram bastante no aumento dos preços de imóveis nas metrópoles como Beijing, Shanghai, Guangzhou e Shenzhen nos últimos anos. Em alguns condomínios, a compra para fins especulativos ocupa até 40% do negócio total. Assim, aqueles que realmente moram nessas cidades não têm capacidade de comprar habitações, enquanto os investidores do exterior acumulam um grande número de imóveis vazios", disse Hu.

Neste momento, as medidas restritivas estão surtindo efeitos. Em Beijing, os preços de imóveis em alguns distritos já registraram queda de 4 dígitos por metro quadrado. Em Shenzhen, há investidores que vendem centenas de apartamentos de uma vez só. Li, proveniente de Wenzhou, vendeu recentemente todos os imóveis que possui em Shanghai a preços 10% abaixo do mercado à vista.

"Pretendia vender cada unidade por 2,5 milhões de yuans. No final, fechei o negócio por 2,2 milhões. Todo o mundo está preocupado com a possibilidade de queda nos preços no setor imobiliário", falou Li.

Além do crédito, as autoridades chinesas estão estudando a cobrança de impostos sobre imóveis. Para o vice-presidente da Academia Chinesa do Setor Imobiliário, Gu Yunchang, a força que o governo chinês empenha desta vez para conter a especulação no setor é sem precedentes.

"O governo chinês utiliza instrumentos de crédito e imposto para conter o aumento excessivamente rápido dos preços, além de reajustar a oferta no mercado. Isso é sem precedentes", avaliou Gu.

Como Gu disse, as autoridades chinesas se comprometem a aumentar a oferta de imóveis residenciais. Segundo dados divulgados pelo Ministério de Habitação e Construção Urbano-Rural, o país deve garantir neste ano 180 mil hectares de terra para construção de habitações, sobretudo as de preços acessíveis, com o propósito de atender à necessidade da população.

"A especulação no mercado imobiliário é o que deve ser contida, enquanto a demanda razoável deve ser incentivada. O país visa aumentar a oferta de habitações de médio e pequeno porte", afirmou Gu Yunchang.

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