O Brasil quer fazer a Exposição Mundial de Shanghai 2010 uma plataforma de negócios, investimentos, cooperação e de estreitamento cultural com a China, afirmou o comissário-geral do pavilhão brasileiro, Alessandro Teixeira, em uma entrevista exclusiva à Xinhua, durante o evento de seis meses de duração.
FORTALECER COOPERAÇÃO SINO-BRASILEIRA
"Todo o trabalho no Pavilhão do Brasil será para mostrar a diversidade cultural, tecnológica, dos negócios que o Brasil tem e as possibilidades de uma cooperação mais estreita entre a China e o Brasil. Nós queremos que o povo chinês entenda e conheça o principal parceiro comercial na América Latina e que possa ver as principais oportunidades que um país grande como o Brasil pode oferecer à China", comentou Teixeira.
Uma das tarefas mais importantes da missão de Teixeira na China é apresentar a possibilidade cada vez maior da cooperação Brasil-China. Segundo ele, será destacada a cooperação bilateral na área aeroespacial, na área de tecnologias, principalmente na área de energias renováveis, em que o Brasil possui tecnologias desenvolvidas que podem auxiliar não só a China, mas todo o mundo a ter melhores cidades.
"Hoje o Brasil é o país que melhor administra a sua matriz energética. Quase 45% da nossa matriz energética é limpa e renovável e nós sabemos que sem energia as cidades não se desenvolvem, mas mais do que isso, sem energia limpa, o mundo não é sustentável no futuro. Então, é fundamental apresentar estas questões, que serão eixos da cooperação tecnológica e comercial com a China", apontou ele.
Em termos de desafios da cooperação sino-brasileira, Teixeira acredita que "temos uma linha de cooperação a ser expandida, especialmente na área de inovação, e precisamos rapidez na cooperação". Para ele, tais desafios podem ser vencidos a partir do momento em que os chineses passarem a conhecer mais o Brasil. E, ainda, segundo Teixeira, quanto mais o Brasil apresenta as suas estruturas produtiva, de pesquisa e acadêmica, mais estes desafios passam a representar oportunidades para a cooperação sino-brasileira, disse Teixeira.
AMPLIAR LAÇOS COMERCIAIS E INVESTIMENTOS
"Nós queremos que cada vez mais a China seja o maior parceiro comercial do Brasil, seja um dos maiores investidores no Brasil, mas também esperamos que as nossas exportações e os nossos produtos cheguem à casa, ao supermercado, ao mercado chinês cada vez mais", disse Teixeira a respeito das expectativas do impulso dos laços comerciais durante a Expo.
"Mostrar os nossos elementos de tecnologia, as nossas inovações, aquilo que nós produzimos de melhor e ver aquilo que os chineses consumem é fundamental", acrescentou.
Ao longo dos seis meses da duração da Expo Shanghai, Teixeira quer aproveitar o evento para atrair empresários e investidores chineses ao Pavilhão do Brasil, utilizando-o como um elemento integrador da economia brasileira e a economia chinesa. E também quer trazer empresários brasileiros para que conheçam a China e façam negócios na China.
As expectativas de Teixeira são altas. "Espero que até o final da Expo, a China se consolide como um grande parceiro comercial do Brasil e que a gente consiga pelo menos um crescimento de 20% a 30% dos investimentos chineses de 2000-2009 no Brasil".
Por He Meng, correspondente da Agência de Notícias Xinhua