O Google "violou sua promessa escrita", disse terça-feira pela manhã um funcionário do governo chinês, adicionando que "é totalmente incorreta" a suspensão da censura nos resultados de busca em chinês e a acusação de que a China seria responsável pelos supostos ataques de "hackers".
O funcionário do departamento de internet subordinado ao Departamento de Comunicação do Conselho de Estado fez os comentários horas depois que o fornecedor do serviço de busca online anunciou que parou de censurar sua página de busca em chinês, Google.cn, e está redirecionando os usuários chineses da parte continental para um site em Hong Kong.
"O Google violou a promessa escrita que fez quando entrou no mercado chinês ao parar de filtrar seu serviço de busca e ao culpar a China com a insinuação de supostos ataques de 'hackers'", disse o funcionário.
"Isto é totalmente incorreto. Nós somos absolutamente contrários à politização dos temas comerciais e expressamos nosso descontentamento e indignação com o Google pelas suas irracionais acusações e condutas", afirmou o funcionário.
O diretor legal do Google, David Drummond, fez o anúncio sobre o "afastamento da censura" no blog da companhia por volta das 3h de hoje, horário de Beijing, mais de dois meses depois que a companhia disse que tinha sido atacada por "hackers" apoiados pelo governo chinês e estava considerando sua saída do mercado chinês.
O funcionário do Departamento de Comunicação disse que os departamentos relevantes do governo chinês falaram duas vezes com o Google, a pedido da empresa, em 29 de janeiro e em 25 de fevereiro respectivamente para escutar as intenções reais da companhia e para demonstrar a sinceridade do governo.
"As companhias estrangeiras devem acatar as leis e regulações chinesas quando operam na China", destacou o funcionário.