Nos últimos anos a economia marítima vem ganhando atenção cada vez maior de governos e empresas de muitos países. Neste aspecto a China não é uma exceção. Nos anos 80, o país anunciou o estabelecimento de zonas econômicas especiais em cidades litoraneas como Shenzhen e Xiamen, cujo crescimento foi intensificado pelas indústrias de trabalho intensivo e exportações. Hoje em dia a carência de recursos terrestres permite que essas cidades voltem seus olhares para o mar. No programa de hoje vamos falar de Qingdao, uma cidade litoranea da província de Shandong, no leste da China, para que vc possa conhecer a economia marítima local.
Há um ditado chinês que diz: Quem se encosta na montanha, vive da montanha; quem se encosta na água, vive da água. Há cem anos Qingdao era uma pequena vila de pesca. Sua expansão esta diretamente ligada ao mar. Graças `a sua localização, Qingdao recebe anualmente milhões de turistas nacionais e estrangeiros. Do seu porto marítimo, Qingdao exporta seus produtos para o mundo inteiro, como eletrodomésticos da marca Haier e a cerveja Qingdao. O mar testemunhou a transformação de uma vila de pesca em um pólo econômico de destaque do país.
Segundo o vice-diretor da Administração de Ciência e Tecnologia de Qingdao, Zhou Qing, a economia marítima combina a pesca, a indústria marítima e o setor de serviços. Por conta do emprego cada vez maior de novas tecnologias, esse modelo econômico se modernizou e passou a ser denominado "economia azul". Zhou Qing apresentou a cidade,
"Qingdao tem muitas vantagens em pesquisa científica do setor marítimo. A cidade possui 28 academias e institutos de pesquisa, inclusive a Universidade do Oceano da China, o Instituto de Pesquisas do Oceano da Academia de Ciência da China e o Instituto de Pesquisa de Energias Ecológicas, abrangendo 50 ramos da ciência ligadas à tecnologia marítima. Qingdao ainda emprega um grande contingente de cientistas e profissionais do setor, incluindo 18 acadêmicos dedicados às ciências marítimas que representam 40% do total nacional. A cidade é sede de vários laboratórios importantes e mantém um grupo de navios para pesquisa marítima".
A competência na ciência e pesquisa marítimas fundou o alicerce para o desenvolvimento da economia em Qingdao.
Fundado em 1968, o Grupo Mingyue é uma das mais antigas empresas chinesas dedicadas ao processamento de algas. No início seu negócio era limitado à extração de iodo e sal, mas agora a empresa se dedica `a fabricação de derivados de alga com valor agregado maior. O vice-gerente do Grupo Mingyue, Liu Hongwu, apresentou:
"Nossa empresa era muito pequena e se dedicava somente à fabricação de iodo. Com a reforma e abertura ampliamos nossa lista de produtos. O iodo tornou-se o subproduto da empresa, enquanto o alginato passou a ocupar o lugar mais importante entre as nossas atividades produtivas. Produzimos agora 10 mil toneladas de alginato por ano e lideramos o ranking mundial".
Graças aos avanços tecnológicos, o Grupo Mingyue conseguiu manter seu crescimento apesar da crise financeira, completou Liu.
"Desde o ano passado, quando a crise financeira começou a afetar o mundo inteiro, reajustamos nossa estratégia de venda e aumentamos o peso da tecnologia na produção. A decisão já rendeu resultados positivos".
Conforme a engenheira do Grupo Mingyue, Li Yuanyuan, a empresa se beneficia das cooperações que mantém a longo prazo com instituições como a Universidade do Oceano da China e o Instituto de Pesquisas do Oceano da Academia de Ciências da China. Li declarou:
"As cooperações que mantemos com o Instituto de Pesquisa do Oceano da Academia de Ciências da China ajudaram muito no avanço das tecnologias da empresa e na melhoria dos nossos produtos, especialmente aqueles voltados ao mercado do Ocidente".
A prefeitura de Qingdao incentiva o casamento entre empresas e institutos académicos, que por sua vez, estabelecem cooperações em projetos científicos e tecnológicos. O alto funcionário da Administração de Ciência e Tecnologia de Qingdao, Guan Chongliang, disse:
"Esse modelo funciona muito bem em Qingdao. As empresas e instituições acadêmicas solicitam projetos de nível nacional em conjunto. Todos os anos liberamos verbas que incentivam academias a desenvolver pesquisas básicas".
Para finalizar, Guan disse que a ciência e a tecnologias são forças motrizes da economia marítima de Qingdao.