O escândalo do leite contaminado com melamina, ocorrido no ano passado, levou o grupo Sanlu à falência. A empresa, com sede na cidade de Shijiazhuang, era uma das principais produtoras de laticínios da província de Hebei, no norte da China. Em março deste ano, o grupo Sanyuan anunciou a aquisição da antiga Sanlu e iniciou um processo de reestruturação da companhia. O repórter da CRI visitou a nova empresa e nos mostra agora como andam os trabalhos depois de quatro meses de funcionamento.
Antes de tudo, vamos fazer uma retrospectiva do que aconteceu no ano passado. Em setembro de 2008, o surto de casos de bebês portadores de cálculos renais em Hebei chamou a atenção da imprensa nacional. O grupo Sanlu acabou sendo o foco das investigações. Departamentos responsáveis pelo controle de qualidade anunciaram ter detectado a presença de melamina nos laticínios produzidos pela empresa. Diante de um avassalador descrédito do público consumidor, a empresa faliu.
A melamina é usada para fazer com que o pó diluído tenha a coloração exata do leite, além de aumentar artificialmente os níveis de proteína. O produto foi adquirido por intermediários que fizeram a mistura necessária para disfarçar o leite fraco depois de diluído. O pó adulterado foi, então, comprado por agricultores e repassados por eles ao Grupo Sanlu.
Após a aquisição, a Sanyuan, nova administradora da Sanlu, tomou como trabalho prioritário o controle da origem do leite. É o que diz o assistente do gerente da Sanyuan, Zhu Fazeng.
"Dedicamos os maiores recursos humanos e financeiros ao controle e à supervisão da origem do leite. Estabelecemos um centro de controle independente de qualquer outro departamento".
As seis antigas fábricas da Sanlu retomaram suas produções. Com a garantia de qualidade, as vendas de Sanyuan começam a dar sinais de crescimento, revelou Zhu Fazeng.
"A Sanyuan fabrica agora 60 tipos de laticínios. De janeiro a junho, as vendas chegaram 236 milhões de yuans".
O ritmo das vendas tem alavancado também a confiança dos funcionários. Na concorência para aquisição da antiga empresa, a Sanyuan se comprometeu a empregar todos os que trabalhavam na Sanlu. Noventa por cento dos funcionários são os mesmos de quando a empresa faliu. Liu Zhong, que trabalhou na Sanlu por dez anos, contou:
"A produção da nossa fábrica vem crescendo e mais pessoas têm sido contratadas. Tudo isso nos incentiva muito".
O caso da antiga Sanlu afetou muito a cidade de Shijiazhuang. No começo deste ano, as autoridades locais anunciaram uma série de medidas para supervisionar todo o setor alimentício. A fiscalização é realizada periodicamente e os resultados divulgados ao público. Além dessas medidas, o governo de Shijiazhuang montou um projeto para reagir a casos emergenciais semelhantes. Segundo o prefeito Ai Wenli, a lição foi dura.
"Depois do que aconteceu, as autoridades de Shijiazhuang têm exata consciência de sua responsabilidade, assim como os empresários, que agora entenderam o valor moral dos negócios".