Serão dois dias de reuniões na capital federal. O primeiro encontro da comitiva, chefiada por Jackson Chang, presidente do instituto de Promoção do Comércio e do investimento de Macau (IPIM), será na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), órgão com actuação semelhante ao instituto, no decurso da qual serão apresentadas experiências do governo brasileiro na área de economia verde e sustentabilidade.
Além de uma apresentação da Apex, está prevista uma exposição por representantes da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), focada no tema do biocombustível e a relação com a sustentabilidade.
Criada em 1977, a Única representa as principais unidades produtoras de açúcar, etanol (álcool combustível) e bioelectricidade da região Centro-Sul do Brasil, nomeadamente de São Paulo.
As empresas associadas respondem por mais de 50% da produção nacional de cana e 60% da produção de etanol. Na colheita 2015/16, o Brasil produziu aproximadamente 617 milhões de toneladas de cana, matéria-prima utilizada para a produção de 31 milhões de toneladas de açúcar e 28 mil milhões de litros de etanol.
No caso da Apex, de salientar que, recentemente, a agência criou o "Grupo China" que concentra as acções relacionadas com este país, o maior parceiro comercial do Brasil.
O Grupo é presidido desde Junho de 2016 pelo diplomata Roberto Jaguaribe, que ocupava o cargo de embaixador do Brasil na China e Mongólia.
Na mesma altura, a agência, que nasceu ligada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, passou a ser tutelada pelo Ministério das Relações Exteriores, a fim de ampliar o desenvolvimento de estratégias de negócios.
Os integrantes da comitiva vão conhecer, durante a visita ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Protecção da Amazónia (Censipam), ligado ao Ministério da Defesa, o sistema de alerta hidro-meteorológico. Esse trabalho, executado na região norte do país – bacia amazónica – faz parte da acção de acompanhamento estratégico da área pelo governo brasileiro. A instituição tem como propósito gerir o Sistema de Protecção da Amazónia (Sipam).
O director de Produtos do Censipam, Péricles Cardim, disse à Macauhub que haverá uma apresentação mais pormenorizada do acompanhamento constante que é feito para antecipar a ocorrência de desastres naturais, tais como inundações, secas ou tempestades severas, entre outros eventos da natureza.
Entre os parceiros contam-se o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Serviço Geológico Brasileiro (CPRM) e a Agência Nacional de Águas (ANA), que deverá também ser visitada pela delegação em Brasília.
O Sipam tem três estações de Recepção de Satélites GOES e duas estações de satélites NOAA/Modis/Metop instalados nos centros regionais de Porto Velho (RO), Belém (PA) e Manaus (AM) e 11 radares meteorológicos e 50 estações meteorológicas de superfície distribuídos nos principais municípios dos estados de Mato Grosso (MT), Tocantins (TO), Roraima (RR), Amazonas (AM), Rondónia (RO), Acre (AC), Pará (PA), Amapá (AP) e Maranhão (MA).
A delegação terá a oportunidade de conhecer as águas da bacia amazónica durante a visita, na quarta-feira (8 de Março), a Manaus, capital do Amazonas. A cidade está localizada no centro da maior floresta tropical do mundo – Amazónia – e na confluência dos rios Negro e Solimões, que, ao se encontrarem, formam o grande rio Amazonas. O rio Negro é o maior afluente da margem esquerda do rio Amazonas, o mais extenso rio de água negra do mundo e o segundo maior em volume de água — atrás somente do Amazonas.
A região amazónica é maior bacia hidrográfica do planeta, cobrindo mais de sete milhões de quilómetros quadrados (quatro milhões apenas no Brasil).
Antes da ida para Manaus, está prevista uma reunião no Ministério do Meio Ambiente, que terá a participação de representantes do Ministério do Planeamento, Desenvolvimento e Gestão. Do programa constam a apresentação de temas da política brasileira de meio ambiente, como o Plano de Acção para Prevenção e Controlo do Desmatamento na Amazónia Legal (PPCDAm) e a política de recursos hídricos.
Relativamente ao Ministério do Planeamento, Desenvolvimento e Gestão a abordagem envolverá projectos voltados para a protecção ambiental e desenvolvimento rural, com financiamento externo, tema de interesse da delegação chinesa.
A delegação que visita o Brasil é formada por representantes do grupo "9+2", o Pan Delta do Rio das Pérolas. São nove províncias do sul da China – Guangdong, Sichuan, Fujian, Hainão, Guangxi, Yunnan, Hunan, Guizhou e Jiangxi – e as regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau. A região do delta, uma das mais desenvolvidas da China continental, é formada por numerosos rios, entre os quais o das Pérolas.(Macauhub)