Evidentemente, eu também cumprimento a emissora pelos seus 70 anos.
Cumprimento pelo papel histórico e político que a emissora exerceu nesses anos todos e em especial nas transmissões em diversos idiomas que, além da língua portuguesa, alcançavam o BRASIL.
Sou ouvinte da CRI desde 1973, me lembro do radinho todo arrebetenado que eu ganhei da minha mãe, tinha que amarrar o rádio para não cairem as pilhas, e ali eu escutava todas as noites, as transmissões da Rádio Pequim em português, espanhol e inglês. Escutava fazendo anotações em cadernos e discutindo nas aulas de História na escola. Logo começamos a trocar correspondências.
Em 1979 fui aprimorar meus estudos em Curitiba, e entrei numa escola de professores norte-americanos, na época, preocupados com o que consideravam um pavor, o crescimento da China Comunista. Eles faziam propaganda contra a influência da China e contra a Rádio Pequim, porque, diziam, chegará o dia em que os vermelhos chineses superarão os Estados Unidos e então o mundo estará perdido. Eles tinham razão quanto ao progresso cultural, econômico, científico e político da China. Mas erraram em que isso seria ruim para as nações em desenvolvimento. Além do papel que a China e a Rádio Pequim tiveram na luta contra o refime ditatorial brasileiro, na liberdade do povo e dos intelectuais, a China se tornou grande parceira comercial destas nações. E a Rádio, símbolo dessa parceira.
Confesso que não gostei da mudança do nome da Rádio e sempre em minhas referências, digo as pessoas, que ainda ouço a Rádio Pequim.
Acir da Cruz Camargo
Ponta Grossa - PR