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Como o maior país produtor e consumidor de tabaco no mundo, a China conta com mais de 300 milhões de fumantes ativos e 740 milhões de fumantes passivos.
Segundo o regulamento, é proibido difundir qualquer forma de publicidade de tabaco na mídia tradicional da China. Entretanto, as novas mídias estão se tornando as plataformas mais usadas pelos produtores de tabaco para promoverem seus produtos, segundo um relatório divulgado pelo governo chinês.
Diante da situação, o relatório apela por uma revisão da Lei de Publicidade, de forma a proibir qualquer propaganda de tabaco.
Em 1994 a China publicou a Lei de Publicidade, exigindo a proibição de promoção de tabaco em todos os meios de comunicação, inclusive rádio, filmes, televisão, jornal e revista. No entanto, ainda não existe no país um regulamento claro que proíba a publicidade de cigarros nas novas mídias. Por isso, os veículos dessas mídias, como microblog e programas de mensagens instantâneas, se tornaram novos canais para marketing.
Li Tong, especialista de uma instituição civil para controle de tabaco, fez uma explicação sobre a razão do fenômeno. Ela disse:
"Há várias razões que os produtores chineses de tabaco escolheram essas mídias para fazer promoção. Primeiro, os veículos de comunicação possuem características de difusão rápida, ampla cobertura da população e falta de supervisão legal. Por outro lado, os jovens ao mesmo tempo que são os principais utilizadores dessas novas mídias e também os potenciais consumidores de cigarro no futuro. Neste sentido, a publicidade de tabaco pode reduzir a antipatia dos adolescentes sobre o produto."
Além de publicidade, algumas empresas produtoras de tabaco chinesas também fizeram divulgação da marca através do patrocínio de atividades culturais e esportivas.
Para solucionar essa questão, o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, Wang Yu, deu seguintes sugestões:
"Para fortalecer ações de controle de tabaco, a China ainda tem muito para fazer. Devemos acrescentar na Lei de Publicidade algumas cláusulas que proíbam ainda mais a propaganda de cigarro. Além disso, o governo precisa reforçar mais a supervisão sobre as atividades promocionais e de patrocínios relacionadas ao tabaco."
De acordo com as estatísticas divulgadas pela Organização Mundial de Saúde, cerca de seis milhões de pessoas morrem anualmente devido ao uso do cigarro. Caso não se tome as medidas necessárias, esse número deverá aumentar para oito milhões até 2030. Para Michael O' Leary, representante permanente da entidade na China, o país oriental precisa tomar medidas mais eficientes para lutar contra o incentivo ao consumo de tabaco.
tradução:Zhao Yan
revisão:José Medeiros da Silva