O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou ontem (16) que as políticas monetárias não convencionais tomadas pelos EUA, Reino Unido, Japão e a zona do euro têm desempenhado um papel importante para manter a estabilidade da macroeconomia mundial nos últimos anos. No entanto, deve se alertar para os riscos produzidos pelas políticas, como o aumento do fluxo dos capitais globais.
Um relatório divulgado ontem pelo FMI aponta que os países desenvolvidos realizam, em um maior grau, os objetivos nacionais com medidas monetárias não convencionais, incluindo as compras de ativos em larga escala. Ao mesmo tempo, as políticas fazem com que a rendibilidade de títulos públicos de longo prazo diminua, beneficiando o crescimento econômico e a estabilidade de preços.
No entanto, de acordo com o relatório, essas políticas têm efeitos colaterais. Para os países que recebem os capitais estrangeiros, caso ocorra o fluxo reverso do capital, surgirá dificuldades para as políticas monetárias desses países.
Segundo o FMI, com a expansão das medidas monetárias não convencionais dos países desenvolvidos, devem-se tomar políticas macroprudenciais para enfrentar o aumento dos riscos.
Ainda ontem, Jaime Caruana, presidente do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), afirmou que a situação global contínua de taxas de juros ultrabaixas já se tornou uma ameaça ao sistema financeiro. Segundo ele, as economias desenvolvidas norte-americana e da Europa devem medir os efeitos colaterais das políticas monetárias afrouxadas para realizar a normalização de taxas de juros o mais rápido possível.
Tradução: Rebeca Zhang
Revisão: José Medeiros da Silva