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Roberto Azevêdo foi escolhido como o novo Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), anunciou hoje (7) o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty). O resultado do processo de seleção deverá ser confirmado oficialmente pelo Conselho Geral da OMC na tarde de amanhã, durante uma reunião em Genebra.
Segundo o anúncio da parte brasileira, Azevêdo obteve o apoio da maioria dos Membros da Organização na terceira rodada de consultas, em Genebra, ficando à frente do candidato mexicano, Herminio Blanco.
O processo de seleção do novo Diretor-Geral teve início em dezembro de 2012, com a apresentação das candidaturas ao cargo. Além de Azevêdo, outros oito candidatos concorreram ao lugar. Quatro foram eliminados na primeira rodada de consultas aos Membros da OMC, no início de abril, e outros três na segunda rodada, finalizada em 24 de abril.
O brasileiro assumirá o cargo ocupado atualmente pelo francês Pascal Lamy em setembro.
"Nossa visão para a Direção-Geral da OMC, que favorece o diálogo e a convergência em torno da revitalização do sistema multilateral de comércio, foi muito bem recebida pelos Membros durante a campanha", disse Azevêdo após a vitória. "A candidatura teve uma base de apoios bastante ampla e horizontal, junto a todos os países."
Um dos grandes desafios do novo chefe da OMC será reativar as negociações da Rodada de Doha para liberalizar o comércio mundial, em ponto morto há anos.
Com 55 anos de idade e três décadas de diplomacia, o novo Diretor-Geral da OMC tem vasta experiência em conflitos comerciais e ganhou reputação de hábil negociador e conciliador. O diplomata começou a carreira no Itamaraty em 1983 e participou de quase todas as conferências ministeriais desde o lançamento, em 2001, das negociações de Doha sobre a liberalização do comércio mundial.
Embora a vitória do Brasil seja simbólica, uma vez que o papel de Azevêdo será zelar pelos interesses da OMC e não pelos do país, a expectativa do Ministério das Relações Exteriores do Brasil é de que a conquista do cargo ajude a dar mais visibilidade a temas que interessam ao Brasil e a projetar o país no cenário internacional.
Em nota divulgada em dezembro, na ocasião do lançamento do nome do diplomata, o órgão diplomático brasileiro destacou que "a candidatura brasileira representa a importância atribuída pelo país ao fortalecimento da OMC e procura contribuir para o progresso institucional da Organização e para o desenvolvimento econômico e social mundial".
Em uma entrevista concedida à imprensa brasileira, Azevêdo tinha anteriormente afirmado que caso fosse eleito Diretor-Geral da OMC, a sua prioridade seria recolocar o sistema multilateral no bom caminho. "Colocar o sistema no caminho da relevância, onde os membros encontrem nele um fórum negociador - essa é a única maneira de você fazer com que as regras da OMC se atualizem: negociando", disse ele.
Tradução: Li Jinchuan
Revisão: Miguel Torres