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Segundo agência de notícia oficial da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), o tribunal supremo do país condenou a 15 anos de prisão Pae Jun-ho, um cidadão norte-americano conhecido nos EUA por Kenneth Bae. A informação da RPDC é Jun-ho foi condenado por conspiração contra o regime de Pyongyang. A agência de notícias da RPDC, a KCNA, informou que a decisão foi tomada a 30 de Abril.
O Departamento de Estado norte-americano pediu para que o mesmo fosse anistiado imediatamente. "Pedimos à RPDC para conceder anistia a Pae Jun-ho. Pensamos que poderá ter havido falta de transparência neste caso", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Patrick Ventrell.
A condenação ocorreu na mesma semana em que o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Patrick Ventrell, tinha apelado à "libertação imediata" do acusado, invocando "razões humanitárias".
Na versão norte-coreana, Pae Jun-ho, de 44 anos, e que também tem nacionalidade coreana, foi condenado por ter cometido atos contra o governo da RPDC com o objetivo de derrotar o regime comunista liderado por Kim Jong-un.
Este não é o primeiro caso em que um cidadão de dupla nacionalidade tem problemas com as autoridades norte-coreanas. Em 2009, o missionário Robert Park foi detido por protestar contra as violações dos direitos humanos em Pyongyang. No mesmo ano, o ex-Presidente Bill Clinton também viajou para o país para negociar a libertação de dois jornalistas dos Estados Unidos que tinham entrado ilegalmente na RPDC e que tinham sido condenados a 12 anos de trabalhos forçados – uma pena que coincidiu com o segundo teste nuclear.
Essa condenação pode ter relação direta com a situação de tensão da Península Coreana. O doutor e pesquisador na área de estudos de estratégia internacional da Escola Central do Partido Comunista da China, Zhang Liangui, expressou assim sua opinião:
"Mais cedo, o governo norte-coreano tinha condenado cidadãos norte-americanos para aplicar pressão ao governo dos Estados Unidos. Por exemplo, em 2009, a RPDC condenou duas jornalistas norte-americanas. Com a demanda do país, o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, visitou à RPDC em agosto naquele ano e voltou com essas duas jornalistas. De fato, a RPDC visa abrir uma porta de diálogo direto com os EUA através desta atitudes."
Patrick Ventrell anunciou que não sabe ainda se irá mandar enviados para RPDC. Alguns ex-presidentes já declaram que não visitarão o país asiático.
O ex-presidente, Jimmy Carter, visitou a RPDC em 2010 e voltou com um cidadão norte-americano que foi condenado por oito anos de prisão por passar ilegalmente a fronteira entre China e RPDC. Segundo imprensa, Carter pode visitar outra vez o país.
Sobre o papel de Carter nesse problema, o diretor de estudo da Península Coreana da Academia de Ciências Sociais da China, Pu Jianyi, expressou assim sua opinião:
"Em relação a Bill Clinton, o papel de Carter é menos importante. No início da década de 1990, a visita de Carter a RPDC e seu encontro com King Il-sung relaxaram a tensão entre dois países e reabriram as negociações. O papel de Carter para o governo de Obama ainda não está definido."
Tradução: Lucas Xu
Revisão: José Medeiros da Silva