Os governos locais da China vêm promulgando regras detalhadas para controlar o mercado imobiliário, no seguimento da elaboração de um plano regulador do governo central, no início de março. Entre as medidas propostas, um imposto de 20% sobre os ganhos nas transações de casas de segunda mão, o que gerou pânico no setor imobiliário.
O mercado de bens imobiliários, particularmente o setor de casas se segunda mão, testemunhou um crescimento das transações em março, devido às preocupações de que o novo imposto elevará ainda mais os preços do setor. Muitos compradores e vendedores aproveitaram o período antes da divulgação das medidas detalhadas locais para vender casas, o que resultou na aceleração do ritmo de aumento dos preços imobiliários no país.
Segundo os dados divulgados ontem (1) pelo Instituto de Indicadores da China, os preços de imóveis subiram em 84 cidades chinesas. Os preços de casas de segunda mão no centro de dez metrópoles chinesas, incluindo Beijing, Shanghai e Guangzhou, registraram um aumento de cerca de 3% comparado com fevereiro.
O diretor responsável pelos estudos macroeconômicos do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento do Departamento de Valores do Banco de Comerciantes da China (China Merchants Bank), Xie Yaxuan, previu flutuações leves nos preços de casas e uma diminuição significativa nas transações nos próximos meses em meio à promulgação das regras locais e à estabilização após a entrada em vigor da nova política.
"A alta dos preços imobiliários da China resultou das preocupações relativas ao aumento dos custos na compra de imóveis. Os consumidores com menos dinheiro correram a comprar casa em março. Com a divulgação das medidas detalhas pelos governos locais, a incerteza desapareceu e as transações devem diminuir rapidamente. Os governos locais também vão estabelecer metas concretas para o controle do mercado com base no ritmo do aumento da renda da população."
O Índice de Gestores de Compras (PMI, na sigla em inglês) da China, que foi divulgado ontem, revela que a recuperação do setor manufatureiro do país foi inferior à prevista. Xie Yaxuan destacou que a economia chinesa está no caminho da recuperação apesar deste número desanimador. As medidas de controle sobre o mercado imobiliário não vão ser influenciadas pela situação econômica do país.
"O PMI divulgado ontem foi de 50,9, registrando um aumento de 0,9% em relação a fevereiro. Desde que o PMI se mantenha acima de 50, a economia está em expansão. Sobretudo os índices de produção e de encomendas subiram consideravelmente. A economia chinesa está em recuperação, mas a um ritmo desacelerado. Esta situação é completamente diferente da situação de 2008, quando o país precisou relaxar o controle sobre o mercado de bens imobiliários para estimular o consumo, a fim de contrabalançar os impactos da crise financeira internacional. Naquele período, o PMI desceu aos 38,8. Neste caso, posso dizer que a China não vai mudar suas medidas quanto ao controle do setor imobiliário a curto prazo."
Tradução: Paula Chen
Revisão: Miguel Torres