Michel Djotodia, que se proclamou novo presidente da República Centro-Africana, declarou nesse sábado (30) num comício popular em Bangui, capital do país que entregará o poder daqui a três anos.
O primeiro-ministro do governo de coalizão Nicolas Tiangaye, diversos ex-ministros e membros do grupo armado Séléka, assim como milhares de populares participaram do evento. Michel prometeu retomar a ordem da capital e de todo o país, pedindo que o público retorne ao trabalho e que os exilados voltem para casa. Ele prometeu também não acabar com seus dissidentes.
O novo presidente declarou ainda que iria expulsar do país o grupo rebelde Exército de Resistência do Senhor (LRA), que tem causado conflitos no norte de Uganda desde os anos 90. Seus integrantes atuam na fronteira entre o Sudão do Sul, República Democrática do Congo e a República Centro-Africana.
Michel é líder da coalizão rebelde Séléka que deu um golpe de Estado contra o ex-presidente François Bozizé. O grupo havia feito um acordo de paz com Bozizé em Libreville, capital do Gabão. Segundo o combinado, Bozizé ficaria no poder até o fim do mandato e não iria participar das eleições de 2016.
No dia 21 de março, a Séléka condenou Bozizé por não cumprir o acordo de Libreville e lançou um novo golpe de Estado. No dia 24, a capital Bangui foi tomada pelo grupo e o ex-presidente se refugiou em Camarões enquanto Michel se proclamou presidente. No dia 25, Michel determinou o fim da Constituição e do Parlamento, prometendo eleições em três anos. Durante o período de transição antes das eleições, o país será governado por ele através do decreto promulgado pelo próprio.
Tradução:Sílvia Jing
Revisão:Luiz Tasso Neto