O novo presidente chinês, Xi Jinping, iniciará amanhã (22) sua primeira visita oficial ao exterior após a tomada de posse. A viagem, que vai durar nove dias, inclui visitas à Rússia, Tanzânia, África do Sul e Congo. Xi Jinping participará também do quinto encontro entre líderes dos países do Brics. Para o presidente do Instituto de Pesquisa sobre Questões Internacionais, Qu Xin, os destinos da viagem de Xi Jinping, divididos entre Ásia, Europa e África, refletem a diplomacia abrangente e aberta ao mundo, definida pela governação chinesa.

"O relacionamento com grandes países é essencial para a China, e com os países vizinhos é prioritária. A relação com os países em desenvolvimento é a base da nossa diplomacia. A Rússia é uma grande potência mundial e o maior país vizinho da China. A África reúne um grande número de países em desenvolvimento. O Brics, por outro lado, é um mecanismo da diplomacia múlti direcional."

A visita de Xi Jinping à Rússia segue a tradição de colocar o país no primeiro lugar da lista de nações a serem visitadas, depois de o recém-eleito máximo líder chinês assumir a posição. Os dois países estão negociando sobre o aumento da oferta de petróleo pela Rússia à China e a construção de gasodutos. O acordo pode ser realizado durante a estadia de Xi Jinping naquele país. Para o especialista sobre a Rússia da Academia de Ciências Sociais da China, Jiang Yi, os dois países devem enfatizar a elevação do nível de cooperação no futuro.

"Através dos grandes projetos, a China e o Brasil estão procurando meios para promover as cooperações nos investimentos e tecnologias. O futuro das colaborações bilaterais está na elevação do nível da cooperação, ao invés do aumento simples do volume de comércio."

A pesquisadora sobre o Oeste Asiático e África da Academia de Ciências Sociais, He Wenpin, explicou o motivo da escolha de países africanos como destino da primeira visita do novo líder.

"A escolha revela a atenção prestada à África, continente onde se reúne o maior número de países em desenvolvimento. O país quer demonstrar ao mundo a continuidade da política externa com a África, ou seja, a nova liderança chinesa vai continuar a pôr as relações sino-africanas numa posição de extrema importância."

Os líderes dos cinco países membros do Brics vão reunir-se nos dias 26 e 27 em Durban, na África do Sul. Serão discutidos temas como o estabelecimento de um banco de desenvolvimento e a questão das reservas internacionais. Quanto ao mecanismo do Brics, Qu Xin apontou:

"Se o mecanismo do Brics pode ou não resolver problemas concretos é decisivo para o futuro do bloco. Um banco de desenvolvimento vai fornecer um suporte forte ao crescimento dos cinco países. Um banco de reservas internacionais, por outro lado, servirá como um reflexo do apoio financeiro prestado entre os membros."