O presidente do Banco Popular da China, o banco central chinês, Zhou Xiaochuan, afirmou nesta quarta-feira (13) em Beijing que a China vai continuar com uma política monetária prudente e também vai tomar medidas para estabilizar o preço de produtos e conter a inflação do país. Sobre o preço de imóveis, que está em escalada, Zhou Xiaochuan indicou que as políticas estruturais de crédito podem ser reforçadas no futuro, para controlar os valores do setor.
A declaração foi feita em coletiva de imprensa após a primeira sessão da 12ª Assembleia Popular Nacional da China. O governo chinês prevê um crescimento econômico de 7,5% este ano. Outras metas destacadas são a manutenção de um aumento de preço ao consumidor abaixo de 3,5% e um crescimento de 13% da Massa Monetária M2 (dinheiro em circulação, em depósitos bancários à vista e o dinheiro guardado em depósitos de poupança).
Zhou Xiaochuan apontou que a China vai continuar com uma política monetária prudente para equilibrar o crescimento econômico e o controle de inflação.
"Em relação ao aumento da Massa Monetária M2 realizado nos últimos dois anos, a meta de crescimento de 13% é menor. A intenção é estabilizar o preço de produtos."
Atualmente, a China possui cerca de cem trilhões de yuans de Massa Monetária M2, quase duas vezes o PIB do país em 2012. Existe uma preocupação de que o valor da M2 da China possa provocar inflação no longo prazo. Zhou Xiaochuan disse que a taxa de depósito do país é relativamente alta no mundo e a oferta atual de moeda não vai criar inflação:
"A taxa de depósito bancário da China é alta no mundo. Se nós pudermos controlar o crescimento da M2 numa quantia adequada, não teremos um aumento repentino de preço."
Falando sobre a alta dos valores dos imóveis em algumas cidades chinesas, Zhou Xiaochuan ressaltou que políticas estruturais de crédito serão tomadas para controlar o preço do setor:
"Medidas como a modificação da proporção do pré-pagamento, da taxa de empréstimo sobre imóveis e do preço de imóveis já foram tomadas nos últimos anos e ainda estão em vigor. Algumas partes podem ser reforçadas através de políticas estruturais de crédito."
Recentemente, alguns países optaram por uma política de flexibilização quantitativa para estimular a economia. A possível influência destas ações para a China foi o foco da imprensa. O vice-presidente do Banco Popular da China, Yi Gang, expressou o desejo de que os países concretizem o consenso do G20 e evitem uma desvalorização competitiva.
"Os países devem cumprir os acordos alcançados na reunião do G20 e não devem influenciar negativamente outras nações. A China sempre leva em conta esses fatores quando decide sua própria política. Vamos tratar adequadamente estes aspectos."
Existem preocupações de que a reforma do extinto Ministério das Ferrovias influencie o estado dos empréstimos e obrigações sobre as ferrovias. O vice-presidente do banco central chinês, Liu Shiyu, garantiu que, após a reforma do ministério, os empréstimos do banco comercial e obrigações divulgadas pelo extinto ministério serão transmtidos para o novo órgão responsável. Os apoios do governo para as ferrovias não mudarão.
Tradução: Lucas Xu
Revisão: Luiz Tasso Neto