Foi realizada, às 11h de hoje, no Grande Palácio do Povo, em Beijing, a primeira coletiva de imprensa da 12ª Assembleia Popular Nacional (APN) da China. A porta-voz do evento, Fu Ying, apresentou a agenda da sessão e os trabalhos da APN, respondendo às perguntas de jornalistas chineses e estrangeiros sobre a estrutura dos representantes do órgão, as políticas diplomáticas e temas ligados ao combate à corrupção e à administração e supervisão da dívida dos governos regionais.
Fu Ying ocupou, anteriormente, o cargo de vice-ministra das Relações Exteriores da China e é a primeira porta-voz mulher da APN. Durante a coletiva de imprensa, ela apresentou a agenda desta sessão:
"A primeira sessão da 12ª Assembleia Popular Nacional da China começará amanhã pela manhã e terminará no dia 17. O evento durará, no total, 12 dias e meio. Depois da cerimônia de encerramento, o primeiro-ministro eleito participará de uma entrevista coletiva à imprensa chinesa e estrangeira. Os vice-ministros também estarão presentes na ocasião."
Esta sessão anual da APN é a primeira realizada após a reforma da Lei Eleitoral da China, em 2010. Fu Ying afirmou que todos os 2.987 representantes da Assembleia foram eleitos com base na nova lei. A porta-voz falou sobre a mudança da estrutura dos representantes:
"O número de operários e agricultores é superior em 155 pessoas em relação aos representantes da última sessão, um aumento de cerca de 5%. Há, também, 31 trabalhadores migrantes rurais. Todos estão à espera de ouvir os desejos e demandas destas camadas sociais. Ao mesmo tempo, o número de líderes do Partido e do governo diminuiu cerca de 7%."
Durante a coletiva de imprensa de hoje, que durou uma hora, os jornalistas fizeram a Fu Ying nove perguntas. Questionada sobre se as políticas exteriores da China se vão tornar mais agressivas, a porta-voz destacou que é natural que a China atraia a cada dia mais atenção internacional devido ao seu rápido desenvolvimento. Ainda assim, nem todos conhecem bem a China. Algumas pessoas tratam o país de acordo com a ideia de que um país economicamente desenvolvido aplica políticas de hegemonia.
"A China persiste na política externa pacífica de independência e autonomia. Por um lado, vamos defender a soberania e os interesses do país e, por outro lado, queremos garantir a paz regional e mundial. No entanto, devemos enfrentar ativamente as disputas territoriais e as ações provocativas de alguns países. Acho que a reação da China foi um sinal de sua determinação em proteger a estabilidade e ordem da região Ásia-Pacífico. Para tal finalidade, é preciso que os países cumpram seus compromissos e persistam nos consensos alcançados."
Ao responder a uma pergunta sobre o orçamento para a defesa nacional, Fu Ying não revelou números concretos, mas disse que os dados serão divulgados após autorização concedida pela APN. Ela afirmou:
"Se países da dimensão da China não conseguirem se proteger, essa não é uma boa notícia para o mundo. A China passou por períodos de agressão estrangeiras e não esqueceu esse passado. Por isso, precisa de uma defesa nacional sólida. O reforço da defesa da China ajudará à estabilidade regional. As políticas de defesa do país são, há muito, pacíficas e de caráter defensivo. Fortalecemos a defesa de modo a proteger a própria segurança e não a ameaçar os outros países."
Tradução: Paula Chen
Revisão: Miguel Torres