As principais marcas japonesas de automóveis, incluindo a Toyota e a Nissan, aumentaram as suas vendas na China em mais de 20% em janeiro, comparando com o mesmo período do ano anterior. Analistas apontaram que, apesar dos impactos sofridos no ano passado devido às tensões políticas entre a China e o Japão, os carros japoneses ainda têm um futuro promissor na China.
Segundo os dados divulgados pela Toyota, as vendas da fabricante na China registraram uma expansão de 23,5% em janeiro. Este foi o primeiro aumento da empresa desde junho de 2012. As vendas da Nissan subiram 22,2% e da Honda 22%. Estas duas empresas também registraram o primeiro aumento em vendas no país vizinho nos últimos cinco meses. O editor-chefe do Semanário Automóvel do jornal China Economic Times, Chen Zhe, explicou a razão da mudança na curva de vendas:
"Quando o conflito político que separou a China e o Japão acalmou, a forte demanda dos consumidores chineses, que tinha sido reprimida antes, voltou a subir rapidamente em janeiro. Por outro lado, esse aumento se deve também ao fato de, em janeiro de 2012, as vendas automobilísticas da China terem sido baixas durante o período do Ano Novo Chinês. Tanto as marcas chinesas, como as alemãs e americanas tiveram boas vendas no mês passado."
Em setembro e outubro de 2012, as vendas de carros de marcas japonesas experimentaram uma queda acentuada por causa da questão das Ilhas Diaoyu entre a China e o Japão. Sobretudo em outubro, as vendas de automóveis japoneses diminuíram 59,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Muitas joint-ventures japonesas na China adaptaram sua produção, reduzindo os dois turnos de trabalho diário para apenas um turno por dia. No entanto, as fabricantes japonesas não pensaram em se retirar da China, antes redobraram seus esforços para expandir o mercado chinês. Estas empresas adotaram uma série de políticas de compensação. Chen Zhe disse que a estratégia de marcas japonesas na China não foi influenciada por motivos políticos. O país ainda é um dos mercados mais importantes das empresas japonesas. Ele disse:
"Por exemplo, os líderes de companhias como a Toyota, a Honda e a Nissan estão muito cientes de que é necessário persistir na estratégia atual e não se deve diminuir o investimento na China devido a conflitos políticos temporários. A entrada de carros japoneses no mercado chinês se deu mais tardiamente do que a das marcas alemãs. Se os avanços das empresas japonesas desacelerarem por razões políticas, haverá uma ainda maior diferença em relação aos carros alemães."
Além disso, os consumidores chineses reconhecem a qualidade das marcas japonesas. Os analistas vêm com bons olhos o futuro desenvolvimento destas na China. Chen Zhe afirmou:
"Nos últimos mais de dez anos, as empresas japonesas de automóveis conseguiram avanços notáveis na China. Os consumidores chineses aderiram ao conceito dos carros japoneses de baixo custo, economizadores de gasolina e ainda assim confortáveis. Sobretudo na região do sul da China, as marcas japonesas são as mais vendidas. Uma vez que os conflitos políticos acalmem, acredito que não haverá problema no desenvolvimento das empresas automobilísticas japonesas na China."
Apesar da deterioração das relações sino-japonesas, muitas empresas japonesas de automóveis reforçaram seu investimento no desenvolvimento e vendas na China. Para os analistas, as companhias japonesas vão continuar se desenvolvendo no país vizinho.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Miguel Torres