A renda será ampliada nos próximos sete anos? Tal pergunta chamou muito a atenção do público desde o 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCCh), onde foi estabelecida a meta de duplicar o salário dos trabalhadores nos próximos dez anos. Apesar da pressão devida à diminuição da demanda global, o aumento dos preços nos produtos alimentares, no setor imobiliário e do processo de urbanização, os chineses têm grande esperança em alargar a sua renda.
A senhora Gu, que vive em Cantão, no sul da China, está ansiosa num aumento da renda em 2013, depois de comprar um carro e uma casa.
"Minha renda em 2012 é satisfatória. Entretanto, comprei uma casa e preciso de pagar o empréstimo. No final, não resta muito dinheiro. O Ano Novo Chinês está se aproximando, e as despesas voltam a subir. Espero que a inflação abrande, e o salário aumente. "
A expectativa é, de fato, uma miniatura dos chineses. A concretização da subida de renda disponível tem uma ligação estreita com a reforma sobre a distribuição da receita. Dizem que o processo é comparável à confecção e distribuição de um grande bolo. Porém, a forma como é distribuído divide opiniões. O diretor honorário do Instituto de Gestão Guanghua, da Universidade de Beijing, Li Yining considerou que deve ser colocado em primeiro lugar a distribuição inicial, ao estipular a reforma sobre distribuição da receita.
Para os patrões das empresas privadas, o aumento do salário consiste numa questão delicada, especialmente no contexto de recessão da economia mundial. A presidente do conselho do Grupo Neoglory, Zhou Xiaoguang lembrou:
"As empresas vivem numa situação muito difícil. Neste momento, o aumento de salários vai afetar o mercado de emprego da China. Penso que não é problema da renda, mas sim da subida dos preços."
Desde o início da crise financeira, em 2008, a economia mundial caiu numa situação difícil. Portanto, o governo e diferentes setores da economia devem trabalhar ativamente para garantir o crescimento econômico. A fim de realizar a duplicação do salário, é urgente pôr em prática a reforma da distribuição. Os trabalhadores cuja profissão exige qualificações específicas, devem ter maiores salários e mais benefícios sociais. Os funcionários de alguns departamentos governamentais e dos setores monopolistas desfrutam de vantagens óbvias. O secretário-geral do Centro de Intercâmbio Econômico Internacional (CCIEE, sigla em inglês), Chen Yongjie, confessou que essa reforma está num período crucial.
"O nosso país enfrenta uma fase vital. Para resolver a injustiça da distribuição da receita, precisamos oito anos para planejar a reforma, que deveria sair em dezembro do ano passado. Mas a publicação do plano será adiada para a Assembleia Popular Nacional, em março. Seja os departamentos do governo, seja as empresas ou os particulares, todos devem desempenhar um papel de supervisão, para que o consenso possa transformar em ação e promova assim a reforma."
Tradução: Isabel Shi
Revisão: João Pimenta