Nos últimos dias, uma grande nuvem de poluição tomou o céu da China. Na capital Beijing, o índice de PM2.5 chegou a 700 microgramas por metro cúbico. Dados divulgados pelas autoridades de meio ambiente mostram que quase todo o país foi atingido pela grave poluição do ar. A situação deu mais um alerta sobre o problema ambiental do país, gerando uma ampla discussão sobre a mudança do modelo de crescimento econômico entre especialistas, imprensa e público.
A senhora Li Hui trabalha em um parque de estacionamento em Beijing. Ela fica quase 14 horas ao ar livre todos os dias.
"Comecei a usar máscara ontem. Anteontem, não usei e senti enjoo. Senti também problema na minha garganta. Acho que o uso da máscara é bom para a minha saúde."
Os índices de poluição de várias cidades chinesas, como Shijiazhuang, Handan, Baoding e Beijing, chegaram ontem ao nível mais grave. O ar de Beijing está gravemente poluído por três dias consecutivos. E a nuvem de poluição vem se ampliando, chegando até Wuhan, no centro, Guangxi, no sudoeste, e à região do Delta do Rio das Pérolas, no sul do país. Xie Deti, diretor da Faculdade de Recursos e Meio Ambiente da Universidade do Sudoeste da China, atribuiu o fenômeno à estrutura irracional de energias do país e ao grande volume de emissão de gases pelos veículos que circulam nas cidades chinesas.
"O carvão continua sendo a principal fonte de energia do país. A emissão de gases pelos veículos é também em um importante motivo. A poeira causada pelas atividades de industrialização e urbanização agravou a situação."
Em Beijing, órgãos públicos reduziram o uso dos veículos oficiais em 30%. As escolas suspenderam as atividades ao ar livre. Segundo previsões do Centro de Meteorologia da China, nos próximos três dias, uma frente fria deve atingir o país do oeste para o leste, o que deve favorecer a dispersão dos poluentes. Apesar disso, Xie Deti afirmou que o caso serve como mais um alerta para a situação ambiental do país. Na opinião dele, a China precisa acelerar a transformação do modelo de crescimento econômico, além de incentivar o uso de meios de transporte "verdes" entre a população.
"Segundo as metas apresentadas no 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, precisamos otimizar a estrutura de energias, atualizar as tecnologias empregadas pelas empresas com alto consumo energético e alta emissão de poluentes, além de elevar a qualidade do petróleo usado nos veículos e incentivar o uso dos meios de transporte públicos."
Tradução: Inês Zhu
Revisão: Luiz Tasso Neto