Segundo dados divulgados hoje (11) pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do país cresceu 2,6% no ano passado. O aumento no mês de dezembro foi de 2,5%, 0,5 ponto percentual a mais do que o resultado de novembro. Especialistas atribuem a ampliação à alta dos preços de alimentos, sobretudo hortaliças. O IPC deve cair após o Festival da Primavera, o ano novo chinês, a festa mais importante da nação.

A reportagem da CRI foi hoje a uma feira localizada no distrito de Shijingshan, no oeste de Beijing. A senhora Li estava fazendo compras. Ela disse que os preços das hortaliças subiram muito nos últimos tempos.

"O preço dos legumes subiu de dois yuans para seis yuans o quilo. O tomate já superou 8 yuans por quilo. O meu gasto cotidiano com comida dobrou!"

A baixa temperatura e a aproximação do Festival da Primavera foram os principais fatores que contribuíram para o aumento rápido dos preços de alimentos na China. Estatísticas oficiais mostram que o valor da comida em dezembro cresceu 4,2% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O pesquisador econômico da Academia de Ciências Sociais da China, Yuan Gangming, explicou o fenômeno.

"O frio que atinge a maior parte do país afetou a produção agrícola. Com a chegada do Ano Novo Chinês, a demanda por hortaliças, carnes, ovos e leite vem crescendo. Os dois fatores já viraram quase habituais em todos os anos."

Para Yuan Gangming, a economia mundial ainda não saiu das sombras da desaceleração. Os impactos causados pela política norte-americana de flexibilização quantitativa servem apenas como uma compensação ao aperto monetário que a China promoveu no ano passado. Por isso, segundo Yuan, fatores internacionais não estão entre os principais motivos para a rápida escalada de preços na China.

Alguns analistas mostram preocupação com a possibilidade de o país asiático retomar no futuro a tendência de alta da inflação. Principalmente porque o custo da mão-de-obra e da terra vem aumentando e o ritmo de crescimento da economia está retomando a estabilidade. Yuan Gangming comentou a questão.

"De forma geral, o IPC ainda não apresenta uma tendência de alta, porque a economia global se mantém em um estado baixo. O IPC em dezembro foi de 2,5%, 0,5 ponto percentual a mais do que o mês anterior. Apesar da subida, o resultado ainda está abaixo de 3%. Antes, o aumento era de 5% até 8%. Um nível de 2,5% não provocará inflação."

Yuan Gangming alertou que uma reação forte demais ao aumento dos preços não favorece ao macrocontrole da economia nacional.

Tradução: Inês Zhu

Revisão: Luiz Tasso Neto