O presidente da Síria, Bashar al-Assad, fez no último domingo (6) um discurso na televisão,,apresentando uma proposta de resolução da crise síria através de um diálogo a nível nacional. Trata-se da primeira aparição pública de Bashar após a visita à Rússia em novembro do ano passado. Bashar destacou que a prioridade de uma solução política é o fim do fornecimento de armas e dinheiro à oposição e o fim das operações terroristas e do controle das fronteiras.
O dirigente sírio apelou para que as partes envolvidas estabeleçam um cessar fogo, para permitir aos refugiados regressar a casa. O passo seguinte é reiniciar o diálogo a nível nacional e realizar eleições parlamentares para formar um governo representativo das várias forças, e do povo sírio. Analistas vêem essa proposta como uma iniciativa abrangente. Entretanto, tal proposta foi rejeitada pela oposição do país, que afirmou só estar disposta a negociar depois que o presidente sírio deixe o poder.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou sua insatisfação sobre a proposta política de Basha日. Ele afirmou que o presidente sírio não apresentou medidas específicas para solucionar os conflitos atuais da Síria e criação de um governo de transição. Ban Ki-moon destacou que as ações militares não contribuem em nada para resolver a crise síria.
O Irã, por seu lado, apresentou apoio total a Bashar. O chanceler iraniano, Ali Akabar Salehi, declarou que o país dá voto favorável ao projeto do presidente sírio para resolver a crise. Ele comentou que a proposta envolve os pontos vitais formulados pela região e pela comunidade internacional, tais como a emenda à Constituição, eleição parlamentar e formação do novo governo. Salehi salientou ainda que as partes devem aproveitar a oportunidade e evitar o alastrar da crise a toda a região.
Os Estados Unidos avaliaram o plano de Bashar separado da realidade e apenas em busca da manutenção da sua influência. A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Victoria Nuland, disse no comunicado que o regime de Bashar é ilegal e que este deve deixar o poder. Ela reiterou que os EUA continuam apoiando o trabalho do representante da ONU para a crise da Síria, Lakhdar Brahimi e esperam que a crise seja revolvida por negociações políticas, no âmbito do Comunicado de Genebra. Pediu ainda que os envolvidos puxem de forma significativa a solução da questão.
Já a União Europeia exigiu firmemente a demissão de Bashar. Segundo a alta representante da União Européia, encarregada da política diplomática e segurança, Catherine Ashton, a entidade estudou detalhadamente o discurso do presidente sírio, mas não achou novo conteúdo substancial. Ela exortou que a UE sustenta a mesma posição indicando que Bashar deverá abandonar o cargo para promover a transição política da Síria.
Finalmente, o porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei, afirmou ontem que a China recebe de braços abertos qualquer proposta favorável à solução da questão. A China pediu que a autoridade síria e a oposição tomem em conta os interesses a longo prazo e parem imediatamente os confrontos violentos. Hong Lei apelou que os dois lados sigam uma atitude pragmática e respeitem os desejos do povo para formar uma instituição de transição com ampla representatividade.
Tradução: Isabel Shi
Revisão: João Pimenta