Nos últimos anos, com o crescimento relativamente rápido do setor econômico da África, a demanda por automóveis é cada vez maior. Segundo estatísticas preliminares, o número de carros vendidos no continente em 2012 chegou a um milhão. O potencial da região será ainda maior nos próximos dez anos. O setor de automóveis da China descobriu esta oportunidade e começou a reforçar sua presença no mercado africano. Algumas empresas chinesas já realizam produção local.
Em 2011, foi iniciada a construção da fábrica da companhia Foton no Quênia; em março de 2012, a Geely assinalou acordos cooperativos com empresas do Egito, marcando sua entrada no Norte da África; ainda em dezembro do ano passado, as grandes empresas chinesas do setor automotivo, First Automobile Works, Brilliance Auto, Chery e Norinco Motors, assinaram uma convenção-quadro estratégica com o Fundo de Desenvolvimento Sino-Africano, a fim de promover uma cooperação entre as empresas chinesas na exploração do mercado africano.
O vice-diretor da Norinco Motors, Wang Xiaochun, disse à nossa reportagem que o mercado africano já é uma parte muito importante do negócio de sua empresa.
"Nós consideramos que existe um grande potencial no mercado africano para as empresas chinesas de automóvel, ou seja, uma enorme oportunidade para nós. Acreditamos que vamos conseguir um bom desenvolvimento neste continente. Não só nossa empresa, mas também outras colegas da China, que registram bom progresso em diversos países africanos."
Wang Xiaochun destacou que cerca de 70% a 80% da exportação de caminhões pesados produzidos em Beijing são para a África. A Norinco Motors ainda estabeleceu uma plataforma de montagem e venda na África do Sul, o que ajudou a dobrar o crescimento anual da empresa.
Para Wang Xiaochun, a grande vantagem da marca chinesa no mercado africano é a alta relação custo-benefício.
"No processo de internacionalização do automóvel chinês, os mercados dos países asiáticos, africanos e da América Latina são os primeiros destinos, pois as condições de acesso e exigências são relativamente baixas em comparação com as de países europeus e americanos. Ao mesmo tempo, os consumidores dos países asiáticos, africanos e da América Latina são mais sensíveis ao preço. Por esta razão, o automóvel chinês, com alta relação custo-benefício, tem mais competitividade que as marcas europeias e americanas, até japonesas e sul-coreanas."
Os fabricantes chineses de automóvel prestam mais atenção à transformação do modelo de negócio e às estratégias. Ao mesmo tempo, muitos países africanos aplicaram uma série de medidas preferenciais, que incentivaram a produção local dos automóveis chineses.
Além disso, a construção da marca se tornou uma tarefa muito importante para os fabricantes chineses. Wang disse que as empresas chinesas têm um reconhecimento cada vez mais claro para estabelecer sua própria marca e se proteger.
No processo de internacionalização dos automóveis chineses, a África é um bom ponto de partida. Acreditamos que as empresas chinesas de automóvel terão um futuro muito brilhante nesse continente com um grande potencial no mercado.
Tradução: Li Jinchuan
Revisão: Luiz Tasso Neto