O vice-preimiê chinês, Wang Qishan, iniciará hoje (18) sua visita aos Estados Unidos. A comitiva, composta por funcionários de mais de vinte órgãos, vai participar da 23ª reunião do Comitê Conjunto para Comércio China-EUA, a ser realizada em Washington.

O comitê, fundado em 1983, é considerado como "extintor" usado para os conflitos comerciais sino-norte-americanos. Analistas anotam que em 2012 os principais atritos comerciais entre os dois países tiveram relações com a questão da propriedade intelectual.

Mas os conflitos foram estendidos para outras diversas áreas, como energias, recursos naturais e outros setores emergentes. Sobre esse assunto, He Weiwen, diretor do Centro para China, EUA e Europa, da Academia Chinesa do Comércio Internacional, apresentou o seguinte balanço:

"Desde 2009, começo da crise financeira internacional, os Estados Unidos lançaram 46 casos de antidumping contra produtos chineses, principalmente os eletrônicos e de telecomunicações, abrangendo a propriedade intelectual e patentes. Isso justificou a otimização da estrutura dos produtos chineses exportados para os Estados Unidos. Como a exportação dos produtos de tecnologia intensiva aumentou, cresceu o número dos problemas relacionados com a propriedade intelectual."

Com a abertura da reunião do comitê conjunto, a secretária interina de Comércio dos Estados Unidos, Rebecca Blank, expressou o desejo de as duas partes alcançarem progressos essenciais na ampliação da exportação dos produtos norte-americanos ao país asiático e na proteção da propriedade intelectual. Para He Weiwen, a China deve apresentar também suas preocupações.

"Nós devemos ressaltar a garantia do tratamento justo dos produtos chineses no mercado norte-americano, sem abuso do uso dos subsídios comerciais. Além disso, os investimentos chineses e as aquisições feitas pelas empresas chinesas nos Estados Unidos devem ser tratados de forma justa e aberta, sem discriminações. A China vai pedir também a promoção das negociações sobre acordo para investimentos mútuos. Assim, o ambiente para investimentos bilaterais terá uma boa garantia."

Durante a estadia nos Estados Unidos, Wang Qishan, poderá se encontrar com o presidente norte-americano, Barack Obama. Para He Weiwen, a troca de alto nível realizada entre dois países após o surgimento da nova liderança do Partido Comunista da China (PCCh) e o começo do novo mandato de Obama possui significado especial.

"Acredito que o vice-premiê, Wang Qishan, vai emitir um sinal claro que a nova liderança do PCCh vai continuar a reforma e a abertura. Os investimentos norte-americanos serão bem-vindos e podem concorrer abertamente no mercado chinês. A China espera desenvolver e aprofundar o comércio com os Estados Unidos."

Tradução: Inês Zhu

Revisão: José Medeiros da Silva