Mesmo sofrendo com políticas mais rigorosas nos últimos dois anos, o mercado imobiliário chinês voltou a crescer. Segundo estatísticas, em Beijing o preço de uma habitação de segunda mão em outubro diminuiu 1,2% em relação ao ano passado. Esta pode ser uma razão do aquecimento do mercado imobiliário de segunda mão. Entretanto, o preço da habitação nova registrou uma evidente baixa. Entre as 70 maiores cidades chinesas, o preço dos imóveis caiu em 50 delas. Porém, analistas acham que o mercado imobiliário na China começou a voltar à movimentação.
Yu Bin, chefe do departamento de Macroeconomia do Centro de Desenvolvimento e Pesquisa do Conselho de Estado da China, analisou que, com a diminuição do estoque imobiliário, a venda será maior no próximo ano. Mas como o investimento em habitação para população de baixo rendimento terá uma queda no ano que vem, o investimento no setor imobiliário perderá o fôlego.
"Nosso objetivo no 12º Plano Quinquenal é a construção de 30 milhões de habitações para a população de baixa renda. No ano passado, 10 milhões foram construídas. Mais de 7 milhões começaram a construção este ano. Desta forma, ainda faltam cerca de 18 milhões de casas. Dividindo em três anos, somente 6 milhões de habitações para a população de baixo rendimento serão construídas por ano. Obviamente é uma queda no investimento neste setor e terá reflexo no crescimento imobiliário."
Yu Bin assinalou ainda que devido ao alívio do crescimento de investimento industrial e infraestrutural, o investimento interno chinês enfrentará grande pressão de baixa.
"A diminuição da exportação, o excesso da capacidade de produção e o baixo lucro afetaram o investimento no setor industrial. Podemos perceber a situação nas estatísticas dos últimos dois meses. É muito difícil que a exportação do próximo ano volte ao alto crescimento. A maioria dos setores industriais enfrenta o excesso da capacidade de produção e o baixo lucro, o que certamente vai influenciar o investimento industrial. Além disso, o investimento em infraestrutura no próximo ano também enfrentará muita pressão."
Yu Bin, chefe do departamento de Macroeconomia do Centro de Desenvolvimento e Pesquisa do Conselho de Estado da China, concluiu que, mesmo com o investimento interno enfrentando pressão no próximo ano, o governo chinês deve persistir em sua política rigorosa sobre o setor imobiliário para evitar uma bolha.
"Acho que precisamos ainda atacar a especulação do setor imobiliário. Além disso, vamos garantir a construção de habitações para a população de baixa renda, que é uma responsabilidade do governo chinês. Vamos persistir nessas duas direções e desempenhar também nosso papel no mercado."
Tradução: Xia Ren
Revisão: Luiz Tasso Neto