O ritmo de crescimento das exportações chinesas teve uma redução visível neste ano em comparação com os anteriores. Às vésperas da reunião anual do governo central sobre a economia do país, especialistas opinaram sobre a questão. Para eles, as exportações chinesas devem crescer entre 9,5% e 10% em 2013, apesar da situação grave que o segmento enfrenta neste ano. Economistas admitiram também que a ampliação da demanda interna é a chave para o crescimento chinês. O país precisa reduzir sua dependência excessiva do comércio exterior.
As cidades costeiras têm sido importantes pontos de exportação. No entanto, o montante de encomendas recebidas por essas regiões neste ano não foi o esperado. Liu Shusong, gerente de uma companhia exportadora de alimentos da cidade de Weihai, no leste da China, disse que a exportação da sua empresa diminuiu cerca de 10% em relação ao ano passado.
"A redução da nossa exportação foi causada por dois fatores. Por um lado, o custo da mão-de-obra cresceu. No ano passado, o salário médio de um trabalhador era de mais ou menos 75 yuans por dia. Neste ano, o valor cresceu para 85. Por outro lado, a moeda chinesa vem se valorizando. Assim, os produtos são vendidos mais caros no exterior. A nossa competitividade foi afetada."
Estatísticas oficiais mostram que o ritmo de crescimento das exportações diminuiu de 4,9% em abril para 1% em julho. Analistas consideram que será difícil para o país alcançar a meta de aumento de 10% nas exportações em 2012. Para o economista sênior do Banco das Comunicações da China, Lian Ping, o protecionismo comercial no exterior foi um importante fator que afetou as exportações chinesas.
"Outros países tomaram muitas medidas para restringir as importações de produtos chineses, aproveitando o máximo possível os regulamentos ou leis de vigência. Todo mundo vem dando atenção aos impactos causados pelos produtos chineses aos seus mercados."
Para Lian Ping, a atenuação da queda da economia europeia e a recuperação moderada da economia norte-americana indicam uma tendência de retorno à estabilidade do mercado internacional, o que deve favorecer à retomada do ritmo de crescimento das exportações chinesas em 2013.
"Os impactos provocados pela crise de dívida soberana à Europa devem diminuir no ano que vem. A Grécia não vai sair da zona do euro, já que tem agora um apoio estável no setor bancário. Assim a situação na Europa ganhará certa estabilidade. A recuperação da economia norte-americana está boa. Por isso, prevemos que as exportações do país devem crescer no ano que vem mais ou menos 10%."
Para o pesquisador especial do Conselho de Estado, Yao Jingyuan, há um amplo espaço para o comércio com o exterior no próximo ano. O país deve pluralizar seu mercado e aumentar o comércio com outras economias emergentes.
"Precisamos otimizar a estrutura e elevar o valor agregado dos nossos produtos. Além de consolidar nossa relação com antigos parceiros como Europa, Estados Unidos e Japão, devemos dar mais atenção aos blocos emergentes, como países asiáticos e africanos. Precisamos ainda reduzir a dependência excessiva das exportações para a economia nacional. A ampliação do consumo interno é fundamental."
Tradução: Inês Zhu
Revisão: Luiz Tasso Neto