Em coletiva regular de imprensa hoje (19), o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Shen Danyang, declarou que os EUA promovem uma politização das questões econômicas e comerciais, o que prejudica o interesse tanto alheio como próprio. Recentemente, várias empresas chinesas foram bloqueadas no país norte-americano.
Em 28 de setembro, o presidente norte-americano, Barack Obama, assinou uma ordem segundo a qual o projeto de geração elétrica por energia eólica do Grupo Sany Heavy Industry da China, no estado de Oregon, prejudica a segurança nacional dos EUA e, por isso, será proibido. No dia 8 de outubro, a Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes norte-americana publicou um relatório de investigação dizendo que as companhias tecnológicas chinesas ZTE e HUAWEI estão ameaçando a segurança nacional e propôs proibir os negócios das duas empresas no país.
Shen Danyang apontou que a politização das questões econômicas e comerciais pelos EUA influenciará o entusiasmo das empresas chinesas em investirem no país.
"Com o acirramento da guerra eleitoral nos EUA, alguns políticos subiram a voz contra a China, tratando a questão econômica de forma política e transferindo a contradição nacional para os outros países. Esse comportamento prejudica a atmosfera de desenvolvimento e cooperação econômica e comercial entre os dois países e possivelmente causará o impasse das relações sino-norte-americanas."
O Grupo Sany já instaurou um processo contra o presidente norte-americano, Barack Obama. Para Shen Danyang, essa foi a maneira que a empresa chinesa encontrou para proteger o interesse próprio usando meios legais. Ele disse que o Ministério do Comércio chinês irá acompanhar com atenção o processo e deseja que o departamento jurídico dos EUA o conduza de maneira justa e transparente.
A influência da "nacionalização das ilhas Diaoyu pelo governo japonês" às relações sino-japonesas recebeu também a atenção da imprensa. Dados mostram que de janeiro a setembro deste ano, o volume comercial entre os dois países teve uma redução de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Para Shen Danyang o futuro do comércio bilateral depende da mudança de atitude japonesa na questão das ilhas Diaoyu.
"Se o Japão quiser o desenvolvimento sadio das relações econômicas com a China, tem que corrigir os erros imediatamente e criar um ambiente favorável ao comércio bilateral com ações práticas."
Segundo dados recentes, o volume total das importações e exportações da China nos primeiros três trimestres deste ano ultrapassou os US$ 2,8 trilhões, 6,2% a mais do que o ano anterior. O superávit comercial atingiu US$148 bilhões, aumentando em 40%. O crescimento da exportação chinesa em setembro foi de 9,9%. Mesmo com esses sinais positivos, Shan Danyang acha que ainda não pode dizer que o comércio exterior da China começou uma recuperação estável.
"O ambiente do comércio exterior ainda é complexo e enfrentamos muitas dificuldades para a expansão da demanda externa. Não podemos julgar que o comércio exterior do país já começou uma recuperação só com base nesses dados recentes. O Ministério do Comércio continuará promovendo a implantação das políticas de estímulo, para atingir o objetivo de manter e até aumentar sua quota no mercado global."