Começou ontem na China o feriadão de oito dias, que junta a Festa da Lua e o feriado do Dia Nacional. O governo chinês anunciou em agosto deste ano a abertura gratuita das vias expressas ao público durante importantes feriados nacionais. Este é o primeiro feriado em que a nova política é testada. Apesar dos preparativos, o engarrafamento superou a expectativa do governo chinês.
Segundo previsões das autoridades de transporte, o sistema de transporte no feriadão deve movimentar cerca de 740 milhões de usuários. O porta-voz do Ministério do Transporte, He Jianzhong, prometeu a adoção de medidas para garantir a segurança e a fluidez do tráfego.
"Vamos aumentar o envio dos funcionários nos postos para ajudar a orientar a circulação dos veículos. Ao mesmo tempo, vamos reforçar a supervisão sobre o sistema rodoviário e divulgar a tempo a situação nas estradas."
Apesar dos preparativos, a situação superou as expectativas das autoridades. Desde a madrugada de ontem, o engarrafamento começou a dominar muitas vias expressas tendo como pontos de partida metrópoles como Beijing, Shanghai e Shenzhen. Em Shanghai, por exemplo, circulavam cerca de mil veículos nos primeiros dez minutos da abertura da linha Shanghai-Nanjing, um número dez vezes maior do que o fluxo normal.
A população reage de forma diferente em relação à nova política. Por exemplo, o senhor Zheng, morador em Beijing, optou por evitar a saída de carro.
"Se não fosse divulgada a nova política, era possível viajar de carro. Agora com a isenção dos pedágios, eu sabia que o trânsito ficaria complicado. Por isso desisti de viajar de carro. Prefiro sair de metrô ou de avião."
Como muitos viajantes chineses, a senhora Li escolheu o carro. Mas o grave engarrafamento quase destruiu os seus planos.
"Parti às cinco e meia de madrugada, agora são quase 10h30. Acabei de sair de Beijing. Estou agora na rodovia que interliga Beijing e Shanghai, que neste momento está totalmente paralizada. O meu destino é a província de Jiangsu. Eu previa gastar entre 10 e 12 horas de viagem. Mas agora não sei até quando vou chegar lá."
Para Li, a situação superou obviamente a previsão do governo, apesar da tomada das medidas preventivas.
"A previsão era de que haveria um aumento de 30% até 40% no fluxo de carros. Agora acho que esse aumento é várias vezes maior que o nível normal. Por isso, acho que as expectativas das autoridades foram insuficiente."
A China possui agora a segunda maior frota de veículos do mundo. Isso representa 10% dos cerca de um bilhão de carros que circulam neste planeta.
Tradução: Inês Zhu
Revisão: José Medeiros da Silva