Muitas empresas chinesas do setor energético levaram a cabo, este ano, fusões e aquisições no exterior. Após o sucesso da gigante petrolífera chinesa Sinopec na aquisição de recursos de gás de xisto nos Estados Unidos, o pedido de aquisição da empresa canadense, Nexen, pela Companhia Nacional de Petróleo Submarino da China (CNOOC, em sigla de inglês) já foi aprovado pelo tribunal canadense, um passo fundamental para a conclusão do negócio. Sobre a expansão das empresas chinesas no exterior, o ex-diretor da Administração Estatal de Energia, Zhang Guobao, disse, ao conceder uma entrevista à Rádio Internacional da China, que apesar do sucesso experienciado em aquisições no exterior, as empresas chinesas precisam de ser preparadas para os entraves a essas operações, entre os quais, o maior é político.
"Não estou dizendo que a aquisição da Nexen não será realizada com sucesso, só que há muitos riscos durante o processo. Algumas pessoas tratam as aquisições como um assunto político e existem fatores como as diferenças de nacionalidade, religião ou país."
Nos últimos anos, as empresas chinesas têm registrado um rápido desenvolvimento. Algumas delas investem em países estrangeiros para concretizar um maior desenvolvimento. Porém, para Zhang Guobao, o dinheiro é somente a base do investimento no exterior, mas não garante os negócios. Ele lembrou fracassos recentes no historial das aquisições chinesas. Do seu ponto de vista, mais e mais investimentos, fusões e aquisições de empresas chinesas foram relacionados a assuntos de segurança e política.
Zhang teve experiências abundantes no planejamento geral do setor energético da China e na elaboração das políticas do setor. Para ele, como para outros países, os investimentos das empresas energéticas chinesas são ações normais comerciais que obedecem às regras comerciais internacionais.
"O que estamos fazendo respeita as regras comerciais, da mesma forma que o fazem os demais países no mundo. As empresas chinesas caminharam para fora, e descobriram muitos recursos energéticos que aumentam a produção e volume de abastecimento de energia. A China vem de um passado de país fraco e sofre, por isso, de alguma discriminação."
As estatísticas indicam que a China ocupa já o sexto lugar do ranking mundial do investimento direito no exterior, com um valor de 74,65 bilhões de dólares, um aumento por dez anos consecutivos. Isso demonstra também que o processo da presença das empresas chinesas no exterior tem acelerado. No início deste ano, Zhang Guobao foi nomeado como presidente da associação para o desenvolvimento e planejamento do setor industrial da China no exterior. Uma reunião da associação será realizada nesta quarta-feira (26) em Beijing para discutir os investimentos no exterior.
"Pode observar, através do nome da associação, que o nosso principal trabalho é servir a estratégia do governo sobre a expansão das empresas chinesas no exterior e oferecer assistência às empresas que investem no exterior. "
Zhang disse ainda que os membros da associação tratam a reunião do dia 26 como um novo ponto de partida, para que os trabalhos sejam feitos de forma adequada e eficaz.
Tradução: Li Jinchuan
Revisão: Miguel Torres