Este ano, a normalização das relações diplomáticas sino-japonesas completa 40 anos. Vários círculos dos dois países esperavam que, por essa ocasião, a parceria bilateral se desenvolvesse para um novo patamar. Porém, as expectativas foram prejudicadas pelo comportamento equivocado do governo japonês que procurou "comprar de forma ilegal as Ilhas Diaoyu".
Todos os setores chineses estão muito indignados com a postura japonesa. A Associação do Povo Chinês para a Amizade com os Países Estrangeiros e a Associação da China para a Amizade com o Japão anunciaram ontem (23) que, tendo em vista a situação atual, o país decidiu adiar as atividades comemorativas do 40º aniversário da normalização das relações diplomáticas com o Japão até um momento adequado.
Os principais veículos de imprensa japoneses reportaram o assunto e consideram que essa foi uma oposição da China devido a "nacionalização das Ilhas Diaoyu", promovida pelo Japão. O jornal japonês, Sankei Shumbun, divulgou um artigo, no qual diz que a recepção comemorativa é considerada uma parte importante das atividades comemorativas do 40º aniversário.
Segundo o jornal japonês, a China não tem nenhuma expectativa sobre a mudança das políticas japonesas quanto à questão de Ilhas Diaoyu, depois que Yoshihiko Noda, líder do Partido Democrático, conseguiu seu segundo mandato como primeiro-ministro japonês.
Devido a firme atitude da China, há insatisfações no Japão sobre prejuízos das relações sino-japonesas. Para tranquilizar essas oposições, o governo japonês adotou algumas posturas para tentar a melhorar as relações bilaterais. O primeiro-ministro Japonês, Yoshihiko Noda, reconheceu durante um programa de TV na noite do dia 19, que o governo japonês teve uma "previsão errada" sobre a "nacionalização das Ilhas Diaoyu". Ele disse que já tinha previsto algumas oposições surgidas na China, mas o nível da reação chinesa superou sua expectativa. Noda afirmou ainda que deve tomar algumas medidas para recuperar as relações sino-japonesas, como por exemplo, mandar um enviado especial para visita a China.
Recentemente, alguns dignitários políticos japoneses fizeram alguma introspecção sobre a questão. O conselheiro superior do Partido Democrático japonês, ex-ministro das Finanças do país, Hirohisa Fujii, afirmou ontem na entrevista à rede de TV NHK que o Japão precisa respeitar as opiniões dos ex-líderes chineses Zhou Enlai e Deng Xiaoping e pôr de lado a disputa. Ele ainda apontou que os jovens japoneses devem estudar mais a história. É verdade que o Japão dominou a Coreia do Sul como colônia e invadiu a China. Esses fatos históricos devem ser conhecidos pelos jovens japoneses.
O ex-presidente do gabinete japonês, Hiromu Nonaka, que foi também secretário-geral do Partido Liberal Democrata do país, afirmou recentemente que sendo um japonês, se sente envergonhado pelos infelizes incidentes ocorridos entre a China e o Japão. Ele disse que as guerras provocadas pelo Japão "levaram inúmeros sacrifícios à China, que não se recuperou dos prejuízos".
As relações sino-japonesas chegaram ao fundo do poço devido a "compra das Ilhas Diaoyu" promovida pelo Japão. Atualmente, os diversos setores do Japão já começaram a reconhecer a gravidade do incidente. Porém, devido a pressão do setor conservador e da força de direita, o Japão tem limitada ação para o melhoramento das relações com a China.
Tradução: Li Jinchuan
Revisão: José Medeiros da Silva