O conselheiro de Estado e ministro chinês da Defesa Nacional, Liang Guanglie, recebeu hoje (18) pela manhã o secretário norte-americano de Defesa, Leon Panetta, que desembarcou ontem em Beijing para uma visita de quatro dias. Durante o encontro, os dois ministros trocaram opiniões sobre questões de interesse comum. Liang Guanglie ressaltou a posição chinesa em relação às ilhas Diaoyu.
Os laços militares norte-americanas têm sido um termômetro das relações bilaterais entre a China e os Estados Unidos. Durante a conversa, Liang Guanglie sugeriu que as duas partes tratem as relações militares dentro do quadro de pareceria estabelecido entre as duas nações, e respeitem as preocupações e interesses de cada um. Para ele, os dois países devem procurar aumentar os fatores positivos com base no respeito, confiança mútua, igualdade e benefícios recíprocos.
"Manter um desenvolvimento estável das relações sino-norte-americanas é de suma importância para os dois países e também para o mundo inteiro. A China e os Estados Unidos devem procurar um caminho de convivência pacífica, seguindo os acordos firmados pelos líderes sobre o estabelecimento de uma relação de novo tipo entre grandes nações. Os dois lados devem reforçar diálogos e comunicações, aumentar o entendimento e a confiança mútua, além de aprofundar os intercâmbios e cooperações."
Esta é a primeira visita de Panetta à China desde que tomou posse, em julho do ano passado. A chegada do secretário chama bastante atenção devido à piora das relações sino-japonesas provocada pela situação nas ilhas Diaoyu.
O ministro da Defesa Nacional frisou a posição do governo chinês. Segundo ele, a determinação em garantir a soberania territorial das ilhas Diaoyu é inabalável. A China não aceita, de jeito nenhum, a chamada "nacionalização" das ilhas pelo Japão. Para a China, o Tratado de Segurança assinado entre os EUA e o Japão não se aplica a Diaoyu. Na coletiva de imprensa realizada após o encontro, Liang respondeu assim à pergunta apresentada por um jornalista norte-americano:
"Sobre a disputa das ilhas Diaoyu, quero esclarecer que a região faz parte, desde a antiguidade, do território chinês. Há abundantes evidências históricas e jurídicas. A piora da situação no local chamou a atenção mundial. Nós chineses somos os mais atentos ao assunto, porque as ilhas são nossas. O Japão é que deve ser culpado por provocar tudo isso. A chancelaria chinesa expressou em várias ocasiões o pedido para que o Japão corrija seu ato. Nós estamos atentos à situação e nos reservamos o direito de tomar as ações necessárias. É claro que preferimos resolver o problema através de meios pacíficos."
Durante o encontro com Liang Guanglie, Panetta destacou que os Estados Unidos não tomam posição nesta questão, e esperam uma resolução do problema de forma pacífica.
"A nossa meta é estabelecer uma relação militar sadia, estável, sustentável e transparente. Estamos reforçando comunicações para reduzir o risco de realizar uma avaliação errada. Ao mesmo tempo, sabemos que os Estados Unidos e a China não vão conseguir manter sempre a mesma posição em todas as questões. Quanto à atual tensão, sugerimos que as partes envolvidas mantenham a tranquilidade e deixem abertos os canais de comunicação para resolver a questão através de meios diplomáticos."
Tradução: Inês Zhu
Revisão: Luiz Tasso Neto