O governo japonês assinou ontem o contrato de aquisição da ilha Diaoyu com o autoproclamado dono desse território. A ação reflete a estratégia absurda do governo japonês, que não só influenciará negativamente as relações sino-japonesas e as cooperações na região, mas também falhará as políticas democráticas do país e prejudicará os interesses da própria população japonesa.
Em abril passado, o perfeito de Tóquio, Shintaro Ishihara, declarou nos EUA a intenção de comprar a ilha Diaoyu. Em julho, o governo de Noda Yoshihiko proclamou a nacionalização da ilha. Desde então, a farsa vem se intensificando. Tudo isso afetou profundamente os sentimentos do povo chinês que ficou se questionando em relação à chamada política democrática do Japão.
Em primeiro lugar, segundo o contrato de aquisição entre o governo de Noda Yoshihiko e chamado proprietário da ilha, o governo japonês pagará 2,05 bilhões de yens (moeda japonesa) pela aquisição. Este valor vem do fundo de reserva do orçamento governamental para o ano de 2012. Como é sabido, o orçamento do governo japonês, inclusive o fundo de reserva, vem da população e deve ser usado para cobrir despesas de emergência, tais como lidar com as consequências de terremotos, tufões ou a crise econômica. Já passou um ano e meio desde o forte terremoto do dia 11 de março de 2011, mas quase 400 mil vítimas ainda se encontram desalojadas. Da mesma forma, a região atingida pelo incidente nuclear de Fukushima continua também em confusão. Com estes problemas internos, o governo de Noda Yoshihiko mostra não pensar no resgate às vítimas, mas gastar avultadas somas na farsa da aquisição da ilha. Através desta ação, o Japão perde legitimidade na sua política democrática.
Na farsa da aquisição da ilha, o governo de Noda Yoshihiko prejudica as relações bilaterais, os consensos básicos acordados por ex-líderes dos dois países e os frutos do combate ao fascismo saídos da vitória da Segunda Grande Guerra. Noda Yoshihiko afirmou que a China só começou a reivindicar a soberania sobre a ilha Diaoyu após a ONU ter declarado a observação de ricos recursos nas águas ao redor desse território, no início dos anos 70 do século passado. Estas declarações procuram fazer esquecer e negar o fato de a China ter começado a administrar a ilha Diaoyu na dinastia Ming, e rejeitam documentos básicos como a Declaração do Cairo e a Proclamação de Potsdam, que são frutos da vitória da guerra mundial antifascista. Uma política democrática caracteriza-se pelo respeito das políticas, leis e tratados firmados por governos anteriores. A falta de sabedoria política do governo de Noda Yoshihiko prejudicará o prestígio e a influência política do Japão.
A postura desafiadora do governo de Noda Yoshihiko fere a amizade, paz e cooperação com a China e Ásia e reflete uma combinação de vaidade e sentimento de humilhação. O Japão se orgulha da sua rica história, mas no contexto da crise econômica e competição mundial está saindo humilhado pela sua falta de recursos, pelo seu pequeno território e envelhecimento da população. Se o governo japonês não construir a confiança mútua com outros países, o país fracassará.
Tradução: Xia Ren
Revisão: Miguel Torres