A escalada da violência na Síria tem provocado cada vez mais vítimas, deixando muitas pessoas mortas ou feridas. Milhões de sírios perderam as suas casas e se viram obrigados a deslocar até aos países vizinhos, fazendo com que a questão dos campos de refugiados se tornasse num dos problemas humanitários mais graves da região oeste da Ásia. Mais do que isto, a Síria de hoje é o palco onde se digladiam os interesses de diferentes países ocidentais e fações muçulmanas. Neste momento, os conflitos entre os xiitas, apoiantes do presidente sírio, Bashar al-Assad, e os sunitas têm-se agravado. O envolvimento de Israel na questão resultará inevitavelmente numa guerra com o Hizbollah, o que arrastaria o Líbano para o conflito, aprofundando a crise regional.
Preocupado com a situação da área, o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu, no dia 16 de agosto, suspender a missão de supervisão na Síria. O CS estabeleceu um gabinete de contato da organização em Damasco para manter a presença no local. A decisão foi tomada tendo por base a resolução 2059 do CS em relação à missão de supervisão e resultou de uma reunião à porta fechada. O consenso evidencia a preferência da comunidade internacional por uma solução política da crise. No comunicado divulgado no dia 17 pela ONU, o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, anunciou que Lakhdar Brahimi tinha sido escolhido para suceder a Kofi Annan como novo enviado especial para Síria, pedindo mais uma vez o fim imediato da violência.
A saída da crise síria passa pelo respeito dos desejos do povo e por um diálogo inclusivos entre todos os envolvidos. Forçar uma mudança de regime por via da força resultaria em confrontos mais intensos. Note-se que as propostas apresentadas por Kofi Annan se centraram sempre na necessidade de promover o diálogo e a reconciliação, sem pedir a saída de cena de Bashar al-Assad. Devido a isso, forças da oposição classificaram a mediação de Annan de inútil e bloquearam os esforços do enviado da ONU. A criação do gabinete de contato em Damasco e a nomeação de um novo enviado especial demonstram que a comunidade internacional continua empenhada em encontrar uma solução política para esta questão.
A Síria localiza-se na região do oeste asiático e África do Norte, num local geograficamente muito importante do ponto de vista estratégico. A situação da Síria não não influencia apenas o destino do povo do país, mas traz consequências a toda a região. Desde o início da crise do país, a China tem defendido uma resolução do conflito por via política. A China dedica-se à manutenção da união mundial e participa ativamente das discussões do CS e das reuniões multilaterais, a fim de contribuir para uma solução final adequada.
Tradução: Isabel Shi
Revisão: Miguel Torres