A cúpula do G20 foi aberta nessa segunda-feira (18) em Los Cabos, México. O evento teve lugar novamente num país pertencente ao bloco econômico emergente, após a realização da cúpula de Seul. Não é difícil perceber que a solução de questões econômicas globais passa cada vez mais por uma participação ativa do bloco emergente.
O G20 foi criado no rescaldo da crise financeira que atingiu a Ásia em 1997. Os países desenvolvidos tomaram consciência de que a participação de países em desenvolvimento e de mercados emergentes é necessária para lidar com os problemas ligados à situação financeira internacional. Na virada do século, a ascensão dos países emergentes fez com que o ritmo de crescimento econômico médio deste bloco ultrapassasse consideravelmente o do nível mundial, tornando-se na força motriz do desenvolvimento econômico global, numa altura em que os Estados Unidos, Japão e a União Europeia se encontravam em recessão. A crise de dívida nos EUA e a crise financeira internacional provocada por esta pioraram ainda mais a já frágil situação econômica dos países desenvolvidos. Neste contexto, os países desenvolvidos perceberam a necessidade de reforçar os laços com os blocos emergentes e países em desenvolvimento. Foi assim criada a cúpula do G-20, que acabou por se tornar no principal fórum para a cooperação econômica internacional, em substituição do G-8.
Os integrantes do grupo G20 constituem os principais países desenvolvidos e os mais importantes blocos emergentes. O seu território conjunto corresponde a 60% do território terrestre e a sua população representa 70% da população mundial. O volume comercial responde por 80% do mundo e o PIB atinge 90% do global. As cifras mostram a posição de peso da organização nas atividades econômicas internacionais e no desenvolvimento global. O G20 tem um papel importante no enfrentamento da crise financeira internacional e na promoção da recuperação e crescimento da economia mundial.
A criação do G20 e da cúpula do grupo tem como objetivo enfrentar e evitar a explosão e alastramento de crises financeiras internacionais. Os principais temas em discussão de cada edição da cúpula envolvem os destaques no campo econômico mundial. Os blocos emergentes participam positivamente das discussões, colocam em prática consensos e compromissos alcançados no evento com base na realidade de cada nação e apresentam propostas de reformas do sistema financeiro internacional para resolver problemas relativos aos países em desenvolvimento.
A cúpula de Los Cabos ficará marcada pelo agravamento da crise de dívida europeia. Os líderes participantes vão focar, na discussão, a situação econômica mundial, o reforço do mecanismo financeiro, desenvolvimento, comércio e emprego. É esperado que a cúpula continue promovendo a estabilidade e que países desenvolvidos e emergentes consigam aproveitar a plataforma para adotar medidas práticas para revitalizar a confiança sobre o mercado e levar a economia mundial a sair da recessão o mais cedo possível.