A 4ª Cúpula do Brics, encerrada ontem em Nova Déli, na Índia, alcançou uma série de resultados importantes, entre os quais, os na área financeira são de maior destaque. Considera-se que a cooperação financeira do Brics já entrou numa nova fase prática.
Na Cúpula, os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul realizaram profundas discussões sobre a criação de um banco de desenvolvimento comum do Brics, com o fim de coletar fundos para a construção de infraestrutura nos países do bloco e em outros países em desenvolvimento. Atualmente, os trabalhos preparativos já se iniciaram. O pesquisador do Centro de Estudo sobre China e Economia Mundial da Universidade Tsinghua, Yuan Gangming, considera que a criação do banco de desenvolvimento comum beneficia não só os países do Brics, como também todo o mundo.
"Geralmente, uma instituição pública como o banco de desenvolvimento do Brics é uma parte importante para o restabelecimento do sistema financeiro mundial e faz grande sentido para a justiça, segurança e funcionamento estável desse sistema. Ao mesmo tempo, um banco desse tipo no Brics, possibilita que os membros possam ajudar uns aos outros, já que ele pode controlar o risco e reduzir o custo."
Atualmente, o PIB do Brics ocupa quase 20% do total global, enquanto o volume comercial, 15% do mundo. Para especialistas, o banco de desenvolvimento comum aproveitará o capital financeiro dos cinco países para promover a construção de infraestrutura, o desenvolvimento na área da saúde e o investimento e o auxílio aos países em desenvolvimento.
Nessa Cúpula, foram assinados o Acordo Padrão de Facilitação de Extensão de Crédito em Moeda Local e o Acordo de Serviço Multilateral de Carta de Crédito, cujo objetivo é impulsionar as ações de comércio, serviço e investimento com moeda própria dos países do Brics, recorrendo ao mecanismo multilateral. O vice-diretor do Instituto Financeiro da Universidade Renmin da China, Zhao Xijun, apontou que os dois acordos sobre serviços bancários reforçarão ainda mais a cooperação comercial do Brics.
"A essência dos dois acordos é melhorar a cooperação e eliminar as barreiras no setor bancário do Brics. Por exemplo, a outorga e o uso da carta de crédito são intimamente ligados com o comércio internacional e o investimento transnacional. Estabelecer um mecanismo de cooperação nessa área ajuda o comércio e investimento entre os países do Brics."
Segundo os acordos, o Banco Nacional de Desenvolvimento da China, o Banco de Desenvolvimento do Brasil, o Banco de Desenvolvimento e Ações Econômicas Exteriores da Rússia, o Banco de Importação e Exportação da Índia e o Banco de Desenvolvimento do Sul-Africano da África do Sul vão ampliar gradualmente a escala de liquidez e empréstimo com moeda local, facilitanto o comércio e investimento.
Tradução: Florbela Guo
Revisão: Camila Olivo