Segundo reportagens publicadas em Mali hoje (23), pelo menos três pessoas morreram nos conflitos entre os soldados desertores e a guarda presidencial.
O golpe também provocou tumulto em grande escala na capital, Bamako. Muitas lojas foram saqueadas e destruídas. Felizmente, o tumulto não causou nenhuma vítima.
Segundo notícia do exército de Mali, atualmente o presidente Amadou Toumany Toure está num acampamento militar sob controle dele. O presidente tenta restabelecer a ordem no país.
O Comitê Nacional para o Retorno da Democracia e da Restauração do Estado (CNRDR, sigla em inglês), formado pelos militares renegados, declarou ontem o fechamento das fronteiras terrestres e aéreas em Mali, país na África saheliana.
O porta-voz do CNRDR, Amadou Konare, discursou pela Televisão Nacional do país que o comitê decidiu fechar todas as fronteiras por terra e ar, além de exigir o toque de recolher obrigatório em todo o território malinês. O aeroporto da capital Bamaco foi fechado pela manhã e todos os voos foram cancelados. Ainda não se sabe quando o aeroporto voltará a operar.
O Conselho de Segurança da ONU emitiu uma declaração ontem (23) condenando o golpe militar em Mali, que derrubou governo de Amadou Toumani Touré, eleito pelo povo. A entidade pediu pela garantia da segurança do presidente deposto e solicitou que os militares participantes do golpe de estado regressem aos seus batalhões. O Conselho de Segurança ainda exigiu a libertação de todos os oficiais presos pelos militares, a recuperação imediata da Constituição e do governo eleito e a manutenção do plano de eleição.
No mesmo dia, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente do 66ª Assembléia Geral da ONU, Nassir Abdulaziz Al-Nasser, também emitiram declarações para condenar o golpe em Mali e pedir pela recuperação imediata da administração pela Constituição.
A União Europeia também divulgou uma declaração na qual exige a recuperação o mais cedo possível e a ordem constitucional e garantia de segurança e liberdade dos malineses. O chanceler francês Alan Juppe anunciou ontem a suspensão de todas as cooperações entre o governo francês e Mali.
O porta-voz da Chancelaria chinesa, Hong Lei, afirmou em Beijing que a China se opõe à tomada do poder nacional por meios não constitucionais e pede o retorno da ordem normal e a manutenção da união e estabilidade nacional a partir do interesse fundamental do país e seu povo.
Tradução: Nina Niu
Revisão: Luíz Tasso Neto