Acabou hoje, em Beijing, a sessão anual da Assembléia Popular Nacional da China. Logo após o encerramento, o premiê chinês Wen Jiabao concedeu uma entrevista coletiva, que durou três horas. Wen respondeu perguntas de 14 repórteres sobre a reforma e o desenvolvimento da China. O premiê chinês salientou que a reforma na China está em uma fase decisiva e não pode estagnar nem recuar.
No relatório de trabalho apresentado por Wen Jiabao na abertura da sessão anual da Assembléia Popular Nacional da China, ele definiu que a meta de crescimento econômico do país seria de 7,5%, em vez de 8%, como nos anos anteriores. A esse respeito, Wen assinalou que a China pretende realizar um crescimento de alta qualidade, avançando nas áreas de ciência e tecnologia, bem como na elevação da qualificação dos trabalhadores. Levando em conta que a economia chinesa atingiu o patamar de 47 trilhões de yuans, o objetivo final é que o povo chinês possa ser beneficiado por esse desenvolvimento.
"A economia chinesa pode resolver os problemas do desenvolvimento desequilibrado, não coordenado e não sustentável, e caminhar para a direção da alta qualidade. Isso favorece essencialmente o desenvolvimento da economia mundial. Para nós, temos que dominar bem a relação entre o crescimento econômico, o reajuste da estrutura e o controle da inflação. Além disso, vamos fortalecer a economia para beneficiar a população chinesa."
O ano de 2012 é o último do mandato do atual governo. Na coletiva à imprensa, o premiê Wen Jiabao salientou várias vezes que o poder do governo vem do povo. Ele também admitiu francamente a existência de falta de credibilidade, falta de justiça na distribuição de renda e corrupção. Para resolver esses problemas sem prejudicar o desenvolvimento, devem ser promovidas reformas do sistema econômico e político e também do partido e estado. Wen ainda destacou que a reforma do sistema político tem que ser praticada a partir da realidade chinesa.
"Eu sei a dificuldade da reforma. Qualquer mudança precisa da consciência, apoio, participação e criação do povo. Num país de grande população como a China, temos que respeitar a situação atual, passo a passo, para a construção da política democrática socialista. Esse trabalho não é fácil. Mas a reforma não pode estagnar, nem recuar, só avançar."
Na coletiva de imprensa, o premiê chinês Wen Jiabao ainda assinalou que no último ano de seu mandato, o governo vai se dedicar à solução de diversas dificuldades para beneficiar a população.
"Primeiro, vamos elaborar o plano geral da reforma sobre a distribuição de receita. Segundo, garantir a terra dos agricultores. Terceiro, realizar a cobertura completa de previdência para aposentados, tanto nas cidades quanto nos campos. O quarto assunto é o trabalho de diminuição da pobreza, especialmente em regiões adjacentes. Em quinto, expandir o fundo educacional para 4% do Produto Interno Bruto."
A coletiva de imprensa também deu atenção à diplomacia chinesa. Sobre a questão da Síria, Wen salientou que China não vai proteger com parcialidade nenhuma ala de dentro do país, inclusive o governo sírio. Wen assinalou:
"Todas as facções na Síria devem cessar imediatamente os massacres contra o povo. O governo chinês respeita o pedido do povo sírio de reforma e garantia do interesse próprio. A China está se esforçando para o início do diálogo político à nossa maneira. O pedido de busca pela democracia do povo árabe deve ser respeitado e respondido."
No final da entrevista, o premiê chinês afirmou que o ano de 2012 possivelmente será um ano com mais dificuldades, mas também mais esperanças. O povo chinês precisa da calma, coragem e honestidade do governo. Por outro lado, o governo chinês precisa da confiança, apoio e ajuda do seu povo.
Tradução Xia Ren
Revisão Luiz Tasso Neto