Serão realizadas, neste mês, em Beijing, a 5ª sessão anual da 11ª edição da Assembleia Popular Nacional (APN) e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPCh). Este ano, precedendo a atual discussão durante as reuniões, as questões ligadas à vida da população, tais como a distribuição razoável de rendimento, o controle do preço de imóveis e a igualdade de acesso à educação, têm sido os temas no centro das atenções da sociedade do país.
"Trabalho há dois anos. Todo o dinheiro que ganhei foi usado para pagar o aluguel e despesas de transporte. Desejo ganhar mais nos próximos anos para poupar algum dinheiro."
A jovem Xiao Yu, proveniente de Tianjin, tem trabalhado em Beijing desde a sua graduação em 2009. Ela não está muito satisfeita com sua vida atual. Nos últimos anos, o custo de vida cotidiana nas grandes cidades chinesas vem se elevando. Os dados publicados em fevereiro mostram que, no ano passado, o PIB per capita de Shanghai, Beijing e Hangzhou ultrapassou os 80 mil yuans. Segundo o padrão do Banco Mundial de 2010, essa cifra já se aproxima do nível dos países ricos. No entanto, Xiao Yu não sente os resultados sugeridos por essa cifra. O professor catedrático da Universidade de Indústria e Comércio de Beijing, Zhou Qingjie, apontou que o crescimento do PIB não se traduz diretamente numa maior sensação de felicidade por parte dos habitantes.
"É desadequado fazer uma ligação direta entre PIB e índice de felicidade, porque o PIB é um índice de produção que não abrange a proteção do ambiente durante a produção, os produtos de má qualidade, a diferença entre ricos e pobres, o tempo livre dos habitantes, etc. Por isso, o crescimento do PIB não significa a elevação da sensação de felicidade."
Aumentar a sensação da felicidade do povo já se tornou um ponto importante dos trabalhos governamentais da China. O projeto do 12 º Plano Quinquenal de Desenvolvimento Socioeconômico, aprovado pela sessão anual da APN no ano passado, exigiu um aumento do rendimento do povo superior ao da economia. Conforme os dados publicados em janeiro pela Administração Nacional de Estatísticas, a economia chinesa cresceu 9,2% em 2011. O rendimento per capita dos habitantes urbanos chegou a 21.810 yuans, realizando um aumento de 8,4%, e o dos habitantes rurais aumentou 11,4%, chegando a 6.977 yuans.
Gu Shengzu, professor catedrático de economia e membro da APN, afirmou que esses dados refletem o esforço do governo chinês para satisfazer as exigências do povo.
"O 12º Plano Quinquenal estipula dois crescimentos simultâneos: um, de rendimento da população e da economia; outro, de salários e de taxa de produção. O objetivo é deixar o povo chinês compartilhar os resultados da reforma e do desenvolvimento, através do crescimento da sua renda."
Tradução: Florbela Guo
Revisão: Miguel Torres