No dia 29 de janeiro, o presidente do Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Jia Qinglin, discursou na cerimônia de abertura da 18ª Cúpula da União Africana (UA). Jia avançou propostas para a consolidação da cooperação com a UA, uma relação que apelidou de estratégica e que, por isso, desperta um interesse e empenho especiais por parte da China. A relação de parceria China-África progrediu muito e vai entrar numa nova etapa do seu desenvolvimento.
Neste contexto, as boas relações com a UA são uma importante porta para o aprofundamento dos laços que ligam a China ao continente africano. No seu discurso, Jia Qinglin destacou vários pontos:
Primeiro, em comparação com as cúpulas passadas, a China fez-se representar por uma delegação oficial constituída por funcionários de maior relevância política. Este fato foi bastante evidente no discurso que Hu Jintao, o presidente chinês, enviou por altura da realização da cúpula, congratulando o desenvolvimento positivo da relação China-África. Mais ainda, a própria visita de Jia Qinglin, que assistiu à conclusão da construção do Centro de Reuniões da UA, obra devido ao auxilio da China, é demonstrativa da importância que o país atribui à região.
Segundo, o aumento dos apoios destinados à UA. O presidente Jia qinglin revelou no discurso que proferiu, que nos próximos 3 anos, a China vai oferecer 600 milhões de reminbi à organização, e sugeriu que as duas partes continuem enriquecendo os mecanismos de apoio ao diálogo estratégico. Esta doação segue o caminho já trilhado por inúmeras contribuições à UA, para ajudar na construção da Somália e no estabelecimento de ações de defesa da paz no país. Estes 600 milhões de reminbi representam, no entanto, uma contribuição de dimensões nunca antes alcançadas. Jia referiu-se ainda ao Centro de Reuniões da UA , o segundo projeto de grande importância auxiliado pela China, após a ferrovia de Tazara, no século passado.
Terceiro, fomentar os apoios para a integração do continente africano. Jia Qinglin sublinhou que a China quer contribuir para que se estabeleçam infraestruturas multinacionais e multiregionais em África. Essa será a melhor solução para ir de encontro ao tema da cúpula onde o presidente do Conselho Consultivo Político do Povo Chinês falava: a "promoção dos negócios internos em África". O obstáculo maior, para o aprofundamento dos negócios internos e a realização da integração de África, é a primitiva rede de transportes. A China compreende esse probelma e nesse domínio tem contribuído com avultados valores. Dinheiro apenas não é, no entanto, a solução, sendo que o objetivo é mais especifico: a necessidade de direção no desenvolvimento africano.
Quarto, reforçar as cooperações que podem ajudar a promover o autodesenvolvimento africano. Segundo Jia Qinglin, a China vai consolidar parcerias com África, em áreas como a agricultura, construção de infraestruturas e finanças, além de disponibilizar mais assistência ao comércio e investimento na região.
Quinto, Jia Qinglin não deixou de reforçar que todos os apoios e ajudas oferecidos pela comunidade internacional devem respeitar à vontade do povo africano, e não podem ir contra os esforços próprios de África.
Resumindo, a visita do presidente Jia Qinglin transmitiu o apoio firme do seu país a África e ao trabalho desenvolvido pela UA. Desejou, ainda, a continuação do bom desenvolvimento das relações entre a UA e a China, garantindo que o nível da relação cooperativa China-África será aprofundado no futuro.
Tradução: Nina Niu
Revisão: Miguel Torres