Para se manter na zona do euro, o partido atualmente no poder e a oposição grega negociaram na noite de ontem (6) a formação de um governo de coalizão. As negociações resultaram na decisão de renúncia do primeiro-ministro, George Papandreou. O nome do novo premiê do país deve ser revelado ainda nesta segunda-feira.
As conversações entre o Pasok (partido socialista, do governo) e a oposição começaram na manhã de domingo. Antes, o então primeiro-ministro George Papandreou convocou uma reunião emergencial de gabinete, na qual concordou em atender ao pedido da oposição de renunciar ao cargo. Na noite do mesmo dia, o presidente grego, Carolos Papoulias, se reuniu com Papandreou e com o líder da oposição, Antonis Samaras, para discutir a organização de um governo de coalizão de transição.
Samaras já havia assinalado a disposição em cooperar com a organização de um governo de coalizão caso Papandreou se afastasse do cargo e fosse programada uma nova eleição. Segundo a declaração da presidência após a reunião, Papandreou e Samaras continuam a reunião hoje, quando acertam o nome do novo primeiro ministro da Grécia. O novo governo terá a eleição parlamentar antecipada depois da execução do acordo de assistência pelos países da zona do euro.
Os dois maiores partidos gregos já manifestaram intenção de organizar o governo de coalizão. Mas existem divergências na forma e nas tarefa do governo. O opositor insistiu na demissão de Papandreou como a condição prévia e também reiterou que o governo de coalizão é somente um governo de transição e a eleição deve ser realizada antes do fim do ano. Enquanto o Pasok, partido da situação, assinalou que o novo governo deve exercer o poder pelo menos até fevereiro do ano que vem e a eleição será realizada somente depois da situação de crise se tornar estável.
Analistas ponderam que a principal razão para o fim dessas divergências é o ultimato feito pela União Europeia, pressionando para que a Grécia defina o governo de coalizão antes da reunião dos ministros da fazenda dos países da zona do euro, marcada para hoje à noite,. Caso contrário, a Grécia não vai receber os empréstimos de assistência da União Europeia. Poucos dias atrás, a chanceler alemã, Ângela Merkel, e presidente francês, Nicolas Sarkozy, manifestaram seus posicionamentos firmes e claros: os gregos têm que determinar imediatamente se querem ficar na zona do euro ou não. Tanto o partido no poder quanto a oposição grega, não querem que o país seja eliminado da zona do euro.
Analistas assinalaram que o novo governo de coalizão de transição tem três tarefas principais. A primeira, promover a aprovação pelo parlamento, o mais rápido possível, do novo plano de assistência, com o intuito de continuar na zona do euro. A segunda, o governo tem que cumprir as negociações para definir os detalhes da isenção de 50% da dívida soberana. E a terceira, o orçamento do ano 2012 tem que ser aprovado, incluindo as medidas de mais uma rodada de recessão. Ao cumprir as três tarefas, o governo de coalizão será dissolvido e haverá uma eleição, prevista para fevereiro do ano que vem. Mas, se este governo grego de coalizão pode ou não levar o país a se livrar das dificuldades, vamos esperar.
Tradução: Xia Ren
Revisão: Camila Olivo