A Shenzhou-8, espaçonave mais moderna da China, será lançada às 5h58 da madrugada de amanhã, dia primeiro de novembro, horário de Beijing. A missão será um acoplamento com o Tiangong-1, um módulo de laboratório chinês que já está no espaço. A Rádio Internacional da China vai esclarecer os detalhes do processo da missão.
O projeto espacial chinês tem três fases. A primeira é a aeronave espacial tripulada. A segunda fase é dedicada ao módulo de laboratório. E a última, o estabelecimento de uma estação espacial permanente. Até agora, já foi realizada a primeira etapa, com o lançamento e o regresso das aeronaves Shenzhou-5 e Shenzhou-6. A empreitada do acoplamento que estamos abordando nesta reportagem faz parte da segunda etapa. No final de setembro, a China lançou o módulo de laboratório Tiangong-1, que terá como principal missão, realizar o acoplamento.
O acoplamento é a junção de dois elementos, para que formem um conjunto. O chefe do projeto espacial chinês, Zhou Jianping, aponta a tecnologia de acoplamento como uma precondição para a criação de uma estação espacial.
"O acoplamento tem o fim de reabastecer a estação espacial. Se não dominarmos a tecnologia, não há como desenvolvermos uma estação."
Na prática, a técnica de acoplamento é a precondição para montagem, reciclagem, reabastecimento, reparação, troca e salvamento de astronautas em qualquer plataforma espacial. Nesse caso, o acoplamento envolve dois elementos, a nave Shangzhou-8 e o módulo Tiangong-1. Em relação ao papel desempenhado pelos dois, o chefe de design da aeronave, Qi Faren, explica:
"O acoplamento será concluído por dois aparelhos - o módulo Tiangong-1 é o alvo, enquanto a nave Shenzhou-8 é um perseguidor."
No processo de aproximação do módulo, a aeronave precisa ter sua órbita reajustada várias vezes, para mantê-la no mesmo nível do módulo e, ao mesmo tempo, determinar a localização do módulo. Os detectores instalados na aeronave começaram a funcionar nesse momento, medindo a distância entre os dois aparelhos até que eles se juntem. Quando a distância se encurta a apenas centenas de metros, o processo vai entrar numa fase que é chamada de "galeria de acoplamento" na linguagem profissional. O responsável pelo sistema do laboratório espacial, Wei Chuanfeng, disse:
"Nessa etapa, uma sequência de travas será ativada. A aeronave e o módulo têm em conjunto, 12 travas, cada uma com capacidade de suportar três toneladas, para se ligar uma à outra e formar um conjunto firme."
Daí termina todo o processo de acoplamento. Para testar mais precisamente a segurança e a estabilidade da tecnologia, os dois aparelhos vão se afastar de novo e realizar um outro acoplamento, missão programada para 12 dias após a primeira junção.
De acordo com o vice-diretor do Centro de Controle de Voo Espacial de Beijing, Ma Yongping, a missão terminará quando a aeronave regressar à Terra.
"Acoplamento, afastamento, regresso da aeronave, se todo o processo andar bem, já podemos dizer que alcançamos o sucesso."
Após a volta da aeronave Shenzhou-8, a China vai em seguida lançar as naves espaciais Shenzhou-9 e Shenzhou-10, com a mesma missão de se juntar com o módulo Tiangong-1.
(Por Li Mei)