Os líderes da União Europeia se reuniram ontem (26) em Bruxelas para discutir meios de resolver a crise de dívidas. Esta já é a segunda cúpula do bloco realizada esta semana sobre a questão. Os líderes europeus chegaram a acordos sobre a redução das dívidas da Grécia, a ampliação da ferramenta de estabilidade financeira, a injeção de verbas em bancos e o reforço da supervisão do sistema financeiro.
Conforme o pacote, o sistema de assistência atual, chamado de Ferramenta Europeia de Estabilidade Financeira (FEEF), será aumentado, de 440 bilhões para um trilhão de euros. O setor bancário do continente receberá 100 bilhões de euros em injeção de capital. Com a aprovação dos bancos europeus, as dívidas gregas deverão ser cortadas em 50%. Isso significa que os bancos e os investidores privados do continente vão contribuir com 100 bilhões de euros.
Os líderes europeus também concordaram em pedir que o governo italiano intensifique a estabilidade financeira do país e implemente a reforma econômica. A Cúpula ainda saudou os esforços de Espanha, Portugal e Irlanda para aprimorar seus sistemas financeiros.
A realização de duas cúpulas no período de uma semana mostra que estamos em um momento crucial para a resolução da crise de dívidas da União Europeia. De fato, as medidas firmadas nesta última cúpula estão intimamente ligadas. O volume de injeção de dinheiro nos bancos depende da diminuição das dívidas da Grécia. Uma vez que a redução das dívidas gregas seja grande, os bancos sofrerão grandes perdas e precisarão de mais verbas de compensação. Porém, os governos dos países não conseguem fornecer, separadamente, capital suficiente para recompensar os bancos. Por isso, eles pedem empréstimos à FEEF, que deve fazer contatos com os potenciais investidores para firmar o volume final de investimento.
A cúpula do G20 será realizada em breve. A comunidade internacional depositou muita esperança de que a cúpula da União Europeia elaborasse um plano de resposta à crise de dívidas para prevenir a difusão do problema. Os países do G20 também decidiram levar confiança ao mercado para estimular a economia mundial.
A situação econômica da Europa se tornou muito complicada desde o surgimento da crise de dívidas da Grécia. Essa crise já influenciou países como Espanha e Itália e ainda não há sinais de recuperação econômica nos países envolvidos. Neste contexto, o auxílio financeiro a esses países, sobretudo a Grécia, tem sido o principal tema das discussões e debates da União Europeia.
A Europa já chegou a acordos para ajudar os países com problemas. A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que o resgate da Grécia é o resgate do euro e da União Europeia, o que se tornou um consenso no continente. Porém, uma demorada solução para questão mostra que a zona do euro ainda não tem poderes de decisão e ação suficientemente rápidos sobre a integração financeira e comercial do continente.