Em reunião do gabinete realizada nesta quarta-feira (21), o governo grego decidiu executar novas políticas de austeridade. Na visão da comunidade internacional, a Grécia tinha de comer mais um fruto amargo para ganhar um novo empréstimo de auxílio da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.
As medidas de austeridade incluem: para as pessoas idosas que ganham mais de 1200 euros de pensão por mês, haverá redução de 20% sobre o que ultrapassar esses 1200; para aposentados de empresas estatais com menos de 55 anos que ganham mais de mil euros, diminui em 40% a parte acima de mil; cai de 8000 para 5000 euros o piso para a cobrança do imposto de renda para pessoa física; será prolongado por dois anos o imposto imobiliário que deveria expirar no próximo ano; corte de 30 mil funcionários públicos antes do fim deste ano. Eles terão 12 meses para procurar novo emprego e nesse prazo, ganharão apenas 60% do salário atual.
Após o início da crise de dívida, a Grécia tem lançado várias medidas de austeridade, as quais, no entanto, encontraram obstáculos fortes e não tiveram bons efeitos. A UE e o FMI temiam que a Grécia não alcançasse a meta da redução do deficit. Por isso, pressionaram o país para que tomasse novas medidas de austeridade e para uma implementação mais séria do plano. Caso contrário, não o dariam o restante do empréstimo.
Antes da reunião do gabinete, o ministro grego das finanças, Evangelos Venizelos, disse no Parlamento que a Grécia tem que controlar o deficit, e receber a supervisão da UE, senão cairá no "lamaçal de finanças". Segundo o governo, as novas medidas de austeridade mostram à UE e ao FMI a forte vontade e a confiança plena da Grécia na eliminação do deficit. É uma decisão estratégica do país. A Grécia não vai sair da zona do euro nem da UE.
A comunidade internacional avalia que as novas medidas do governo grego são concretas e efetivas, provando que o governo do país tem realmente a confiança e a determinação na administração financeira. Para especialistas financeiros, uma vez que a Grécia e a UE estiverem determinadas, a crise de dívida será resolvida.
No entanto, as medidas encontraram grande oposição dos sindicatos gregos. Nesta quarta-feira, muitos empregados do serviço público se reuniram em frente ao prédio do Parlamento para protestar. Levantando slogans como "Não queremos perder o trabalho", mostraram sua oposição às novas medidas. Os dois maiores sindicatos do país já lançaram uma proposta de greve nacional entre os dias 5 e 19 de outubro. Segundo as organizações, o governo está promovendo uma política bruta. Elas prometem protestar até que as medidas sejam revogadas.
A economia grega tem sofrido recessão por três anos consecutivos e deverá continuar em queda no próximo ano. Atualmente, a taxa de desemprego do país é de 16%, e essa situação será agravada pelas medidas de austeridade. Para a comunidade internacional, somente quando a decadência econômica e o desemprego encontrarem uma saída prudente, o país europeu poderá solucionar a crise de dívida.
(por Florbela Guo)