A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou nesta sexta-feira (5) a nota da dívida de longo prazo dos Estados Unidos de AAA, a máxima possível, para AA+, fato inédito na história do país.
A Standard & Poor's ressaltou em seu relatório que as perspectivas de longo prazo da dívida dos EUA são negativas. Por isso, não está descartada a possibilidade de a agência rebaixar o rating dos papéis americanos para AA nos próximos 12 a 18 meses.
O presidente norte-americano, Barack Obama, sancionou na última terça-feira a proposta de elevar o teto da dívida e reduzir os gastos públicos. No entanto, o contingenciamento previsto no plano, de 2,1 trilhões a 2,4 trilhões em dez anos, é muito inferior ao sugerido pelos analistas da Standard & Poor's, para quem os cortes deveriam ser de 4 trilhões.
Para alguns analistas, os títulos da dívida dos EUA foram por muito tempo o abrigo mais seguro do mercado financeiro mundial. Mas a situação hoje é diferente.
No mesmo dia, o Federal Reserve, o banco central norte-americano, anunciou numa declaração extraordinária que não vai mudar o peso do risco da dívida nacional e das dívidas emitidas ou fiadoras de organismos governamentais.
Para alguns analistas, o rebaixamento da qualificação da dívida dos EUA vai intensificar o descrédito do mundo e colocar mais dúvidas sobre as dívidas de países da União Europeia. (por Dong Jue)