Mais de 700 líderes globais e regionais estão reunidos nesta quinta e sexta-feira (28 e 29) no Fórum Econômico Mundial para a América Latina, no Rio de Janeiro. Eles vão discutir os rumos da economia regional na próxima década.
Ontem (28), pela manhã, o fundador e diretor executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, presidiu a cerimônia de abertura. No seu discurso, ele apontou que, nos últimos seis anos, a América Latina retirou 40 milhões de pessoas da pobreza. Porém, a desigualdade social e a disparidade entre ricos e pobres ainda permanecem como um desafio importante. Ao mesmo tempo, segundo ele, os países latino-americanos "emergiram econômica e politicamente no cenário mundial" nos últimos anos. Schwab lembra que o México é o próximo país a assumir a presidência do G-20 e cita a presença do Brasil no grupo Brics. Ele apelou que os países latino-americanos precisam avançar em educação, infraestrutura, inclusão social, financiamento e inovação para melhorar o grau de competitividade de suas economias e garantir um crescimento sustentável. Brasil e México devem liderar o crescimento econômico, disse Schwab.
O tema desta edição do Fórum Econômico Mundial para a América Latina é "Construindo a Plataforma para uma Década Latino-Americana". Serão, ao todo, 29 painéis que vão tratar de três temas básicos: governança regional e internacional; avanços em inovação e produtividade para o crescimento equitativo; e promoção de parcerias para o desenvolvimento sustentável. Ainda serão discutidos temas como expansão e modernização da infraestrutura, avaliação de futuros riscos globais que podem afetar a região na próxima década, desenvolvimento do potencial da América Latina como fornecedor de alimentos e energia e promoção de parcerias estratégicas com países asiáticos.
O evento deste ano conta com a participação de 700 pessoas de 42 países, o que é um recorde. Algumas das estrelas internacionais do Fórum no Rio são Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico e atual representante da Organização das Nações Unidas (ONU) para o processo de paz no Oriente Médio; Vikram Pandit, principal executivo do Citibank; e José Miguel Insulza, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Segundo Marisol Argueta de Barillas, presidente do Fórum para a América Latina e o Caribe, a inscrição para o fórum precisou ser encerrada um mês antes do evento por causa da grande procura. Muitos países que não integram a América Latina enviaram representantes interessados na região. Somente a comitiva dos EUA tem 39 participantes no evento.
Os coorganizadores do evento, como a Embraer e o governo do Rio de Janeiro, investiram grande recurso humano e material no Fórum. A presidente brasileira, Dilma Rousseff, não conseguiu comparecer na cerimônia de abertura, como tinha planejado, porém, já prometeu participar da cerimônia de encerramento. Segundo analistas, o Brasil prestou tanta atenção ao encontro porque pretende discutir algumas questões urgentes, como os preparativos para a Copa do Mundo e para os Jogos Olímpicos. Ontem, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, incentivou empresários internacionais a investirem nas Olimpíadas. Ele vai falar sobre os investimentos em esportes ao lado do ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
(por Florbela Guo)