Foi realizado nesta manhã (14) em Sanya, na província de Hainan, sul da China, o 3º encontro de líderes do Brics. O presidente da China, Hu Jintao, apontou no seu discurso que agora, os países do mundo têm muitas oportunidades de desenvolvimento, mas também desafios. Segundo ele, para construir um século com paz e prosperidade, os países do Brics devem se dedicar para manter a estabilidade mundial, promover o desenvolvimento, incentivar intercâmbios e cooperações internacionais e reforçar a parceria entre os membros do grupo.
A Declaração de Sanya divulgada pelos cinco líderes em conjunto indica que o Brics é uma plataforma importante para os países membros realizarem diálogos e cooperações nas áreas de economia, finanças e desenvolvimento. O documento salienta ainda que para levar mais benefícios à população, foi elaborado um plano de ação conjunta para reforçar e ampliar parcerias em diversas áreas.
Após o encontro, os líderes concederam uma entrevista conjunta à imprensa. O presidente chinês Hu Jintao apontou que o reforço dos diálogos e cooperações entre os países do Brics corresponde ao interesse comum tanto dos membros quando da comunidade internacional. Segundo ele, a parceria dentro do Brics será reforçada e as cooperações serão ampliadas.
"Sob o contexto de multilateralização política e globalização econômica, a paz, o desenvolvimento e a cooperação ainda são temas prioritários. Com as transformações profundas experimentadas pelo mundo, reforçar intercâmbios e cooperações internacionais, aperfeiçoar a administração econômica global, e aumentar direito à palavra e representatividade dos países em desenvolvimento, ajudam a manter a paz constante e prosperidade comum do mundo."
Na reunião com o tema "Olhar o futuro, compartilhar a prosperidade", os dirigentes discutiram sobre as relações do Brics e questões regionais e internacionais de preocupação comum. Os cinco países apoiam uma reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI). Destacam o aperfeiçoamento da administração das entidades econômicas e financeiras internacionais e reiteram o aumento do direito à palavra e representatividade dos blocos econômicos emergentes. A presidente brasileira, Dilma Rousseff, apontou:
"O Brics não é organizado contra nenhum grupo de países, na verdade, trabalhamos por mecanismo de cooperação e governança global. A criação do G20 representou um avanço e o primeiro sinal do reconhecimento da necessidade de mudanças da governança global. Queremos intensificar nossa coordenação nos termos tratados no âmbito do G20, mantendo a abertura ao diálogo no que se refere aspiração de todos os países em desenvolvimento."
Na reunião, os líderes concordaram em que os países do Brics contribuiram para a recuperação da economia mundial e continuarão promovendo o crescimento forte, sustentável e equilibrado da economia global. O presidente sul-africano, Jacob Zuma, participou do encontro pela primeira vez. Ele disse que como um importante bloco econômico da África, a África do Sul constitui uma ponte para cooperações entre os Brics e países africanos. Ele ainda expressou sua opinião sobre governança global:
"Devemos promover a reforma do sistema financeiro internacional e a justiça e o equilíbrio da ordem econômica do mundo. Ainda espero que a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas a ser realizada neste ano na África do Sul passa obter êxitos com efeito jurídico."
No encontro, os dirigentes chegaram ao consenso em diversas questões internacionais. O presidente russo, Dmitry Medvedev, disse:
"Estamos atentos à questão da variação do preço de produtos agrícolas, e concordamos em incluir este item na agenda da cúpula do G20 neste ano. Consideramos ainda que a questão da Líbia deve ser resolvida por meios políticos e diplomáticos, e que os esforços dedicados pela União Africana merecem elogios."