Desde o forte terremoto do último dia 11 no nordeste do Japão, o Governo da China está trabalhando para resgatar cidadãos chineses que residem no país. Ontem, a embaixada e o consulado chinês no Japão enviaram 60 ônibus às regiões gravemente afetadas pela calamidade, como é o caso de Miyagi e Fukushima, além de organizar voos para trazê-los de volta à China.
Através de um comunicado divulgado nos principais órgãos de imprensa e em seu site, a embaixada chinesa no país garante estar tomando as medidas necessárias para a retirada de chineses das regiões atingidas pela tragédia. O conselheiro e porta-voz da embaixada chinesa no Japão, Deng Wei, disse:
"Considerando as incertezas e a gravidade da situação na usina nuclear de Fukushima, a embaixada da China e o consulado chinês em Niigata tomaram medidas urgentes de retirada de cidadão chineses da região castigada pela calamidade. Assumimos, assim, a responsabilidade pela segurança pessoal de nossos residentes no Japão. Ônibus serão enviados a determinados locais de Miyagi, Fukushima, Ibaraki e Iwatetabi. Os cidadãos chineses serão transportados aos aeroportos de Tóquio e Niigata. Os voos com destino à China estão sendo providenciados. Nesse período de retirada, idosos, crianças e mulheres terão prioridade."
O outro comunicado emitido pela embaixada chinesa diz respeito a medidas para evitar a contaminação por radiação. O informe pede aos chineses que estejam atentos às informações oficiais e sigam as instruções do Governo japonês.
Até madrugada de hoje, o consulado chinês em Niigata havia retirado 1 200 chineses da região mais atingida pelo terremoto. O cônsul geral da China em Niigata, Wang Hua, informou ontem à noite à nossa reportagem:
"Enviamos 18 ônibus com capacidade para 50 passageiros a Fukushima, para resgatar os chineses na região. A primeira frota já regressou. Mais de 800 chineses serão retirados de Fukushima. Mais cinco ônibus têm como destino Sendai e outros dois, Iwatetabi. Até o final da noite, conseguiremos retirar 1 200 compatriotas. Vamos providenciar hospedagem e, posteriormente, o governo chinês encontrará meios de levá-los de volta à China."
Segundo informações, o consulado chinês em Niigata vai abrigar temporariamente seus cidadãos num ginásio. Mais ônibus serão mobilizados para transportá-los.
O estudante Yu Haohao, que ontem à noite chegou a Niigata, é um dos chineses que saíram de Fukushima através dos ônibus enviados pelo consulado. Até que regresse à China, ele vai trabalhar como voluntário.
"Fazemos parte do primeiro lote de retirada. Agora, estamos prestamos assistência, como voluntários. Estamos com muita vontade de voltar à China. O lugar onde estudava fica próximo da usina nuclear, distante apenas 41 quilômetros. Agradeço sinceramente pelo resgate promovido pelo Governo. Agora me sinto bem melhor, superei o medo e estou tranquilo. O consulado vai nos enviar de volta à China."
Até 17h de ontem, a embaixada da China não havia recebido nenhuma informação de morte ou ferimento entre seus cidadãos, e confirmava que 10 746 chineses estavam seguros. A embaixada enviou cinco grupos de trabalho a quatro das regiões mais afetadas pela calamidade. Os grupos têm, entre outras tarefas, a responsabilidade de informar a situação de outros chineses no Japão.
por Xia Ren