O presidente da China, Hu Jintao, concedeu hoje (17) uma entrevista por escrito aos jornais norte-americanos "Wall Street Journal" e "Washington Post". O líder chinês respondeu questões sobre relações sino-norte-americanas, ambiente de investimento de empresas estrangeiras na China, medidas do governo para lidar com a crise financeira, desenvolvimento pacífico da China, relacionamento entre a China e os países da Ásia-Pacífico e situação na península coreana.
Questionado sobre as relações sino-norte-americanas, Hu salientou que a promoção contínua das relações bilaterais deve considerar os interesses das populações dos dois países, paz mundial e cenário global de desenvolvimento. As medidas importantes, segundo o líder chinês, são intensificar diálogos, buscar o entendimento mútuo estratégico e abandonar o "pensamento da época da Guerra Fria", onde um ganhava e outro perdia. Para Hu Jintao, é preciso lidar objetivamente com o desenvolvimento um do outro, respeitar as escolhas, soberania, integridade territorial, interesses de desenvolvimento e ampliar os interesses mútuos, a fim de que China e EUA se tornem parceiros em vários setores.
O presidente chinês acrescentou que, apesar das divergências, ambas as partes devem buscar pontos em comum e lidar com as diferenças e questões sensíveis de forma apropriada, com vistas ao desenvolvimento sadio e estável das relações bilaterais.
Quanto ao papel desempenhado pelo dólar, o presidente Hu Jintao destacou que a política monetária dos EUA terá grande influência sobre a circulação global e de capitais. Portanto, é necessário manter a liquidez da moeda americana. Segundo ele, o processo de internacionalização do renminbi passará ainda por um longo e histórico período. Para responder à crise financeira internacional, o governo chinês está experimentando liquidar transações comerciais e investimentos no exterior em renminbi, para promover e facilitar esses negócios.
Acerca da situação na península coreana, Hu reafirmou o desejo da China de que os envolvidos na questão assumam compromissos de desnuclearização, paz e estabilidade da região, criando, assim, condições para a retomada das negociações. O presidente chinês acredita que, com respeito mútuo e diálogo equilibrado, é possível concretizar a "Declaração de 19 de setembro" e resolver as pendências entre as partes.
Por Xia Ren